SEM GÁS DE COZINHA, REVENDEDORES SAEM EM PROTESTO PELAS RUAS
Revendedores de gás de cozinha se concentraram na manhã
desta terça-feira (19) no cruzamento da Avenida Lima e Silva e Interventor
Mario Câmara (antiga Avenida 6), no Bairro Dix Sept Rosado, para sair em
carreata até à Procuradoria Geral de Justiça do RN, em Candelária. Em
seguida, os empresários seguem para a sede da governadoria, Centro
Administrativo, no bairro de Lagoa Nova. A carreata é um protesto para chamar a
atenção ao desabastecimento de gás que perdura desde a greve dos caminhoneiros,
durante o mês de junho.
Segundo Francisco Correia, presidente do Sindigás, nesta
terça-feira (19) a população do Rio Grande do Norte acordou sem o produto
disponível para compra. A quase 90 dias, a fabricação do gás vem
diminuindo e agora a Petrobrás vai fazer uma redução ainda maior aqui no Rio
Grande do Norte, de acordo com o presidente do Sindigás. Por este motivo, os
empresários vão às ruas para tentar pressionar o Governo do Estado e o
Ministério Público para intervir, de maneira que a produção não diminua.
Aproximadamente 95%
das revendedoras estão sem GLP, afirmou o presidente do Sindicato. Um
reflexo da crise de abastecimento que aconteceu no mês passado quando
caminhoneiros de todo o Brasil resolveram parar seus carros no meio das
principais estradas do país. A equipe da TV Ponta Negra, emissora do
Sistema Opinião, foi a uma revendedora nas primeiras horas desta terça-ferira
(19) e só três botijões estavam disponíveis para o consumidor final.
Além disso, cerca de 80% das revendedoras estão fechadas. Na
loja em que Francisco Correira é proprietário, seus funcionários estão em casa
porque segundo ele mesmo, não há sentido mantê-los nos postos de trabalho. São cerca
de 130 pessoas que colaboram mas que no momento, estão liberadas. A última vez
que seu estabelecimento recebeu o GLP foi sexta-feira (15) e só receberá mais
nessa quarta-feira (20). Lá, o abastecimento diminuiu drasticamente. O
empresário declarou que diariamente recebia 3 mil unidades do produto, o que
somava 15 mil semanalmente, e na última semana chegaram apenas 800 botijões
para o estoque.
Francisco Correia inclusive apelou ”as classes A e B podem
cozinhar de outras maneiras, podem usar microondas ou comer em algum
restaurante. Mas e as classes C, D e E o que farão? Imagine que essas classes
ganham um salário mínimo e precisam cozinhar seu almoço, seu feijão, sua
farinha. Essas pessoas precisam de gás”, desabafou.