ACERTO DE CONTAS: CROÁCIA PODE VINGAR GERAÇÃO E RESGATAR O 'SONHO DE 1998'


É a final da Copa do Mundo de 2018, mas também pode ser visto como um "acerto de contas" para o povo croata. A França conquistou o título mundial em 1998, mas também foi a responsável por eliminar a Croácia na semifinal. Com apenas sete anos de separação da Iugoslávia, o país vivia um período de reafirmação e o Mundial foi um "sonho dourado" que não se concretizou. A revanche pode acontecer 20 anos depois, neste domingo, às 12h, em Moscou.

O contexto histórico explica o significado daquele torneio para a Croácia. O país se recuperava de um período de guerras e vivia um grande movimento nacionalista para sua afirmação no cenário internacional. A campanha da seleção, estreante em Copas do Mundo, apareceu como ponte para colocar de vez o nome no mapa. A geração de Davor Šuker chegou até a semifinal, mas foi derrotada pela França de Zinedine Zidane.

A campanha croata foi uma propaganda futebolística e social aos olhos do mundo. O país ainda pouco expressivo se classificou em segundo lugar no grupo que tinha a Argentina, e também Jamaica e Japão. Nas oitavas, passou pela Romênia. Nas quartas, o maior feito da história do país até então: eliminou a então tricampeã Alemanha nas quartas de final - com goleada por 3 a 0.

O título não veio, mas o "sonho dourado" da geração de 1998 nunca foi esquecido. A Croácia criou ídolos pela primeira vez e teve a quem admirar no cenário internacional. O principal personagem daquela campanha foi o atacante Suker, hoje presidente da Federação Croata, que serviu de inspiração para nomes como Luka Modric e Ivan Rakitic.

- Aquele time foi uma grande propaganda, finalmente o mundo soube quem era a Croácia. Cresci sonhando em alcançar aquele nível um dia - declarou o meio-campista Luka Modric, antes de ser seguido por Rakitic:

- Os jogadores daquela geração eram nossos ídolos. Vivíamos um período difícil e eles nos mostraram o caminho que devemos percorrer - completou o meia.

Do outro lado da final, a França também tem motivos para recordar. Claro, o título cria heróis, mas um em especial ganhou a oportunidade da carreira devido a aquela semifinal. O ex-zagueiro e agora técnico Didier Deschamps, ergueu a taça diante do Brasil, mas devido a expulsão de Laurent Blanc contra a Croácia. Ele, no entanto, prefere não citar o passado.

- Temos de viver o presente e não mencionar nossas histórias. Alguns não eram nascidos, mas conhecem a história, viram as fotos. Isso pertence a muitos franceses, mas não aos jovens. Não posso contar sobre histórias de vinte ou dez anos atrás, estou aqui para escrever uma nova página, a mais bonita delas. Claro que tenho orgulho do que fizemos, ninguém poderá apagar, mas devemos olhar para frente - afirmou Deschamps.

França e Croácia se enfrentam no próximo domingo, às 12h, em Moscou, para disputar do