EM MIAMI, DORIA DIZ QUE ANUNCIARÁ CANDIDATO A VICE-GOVERNADOR NESTA SEXTA-FEIRA
O pré-candidato a governador João Doria (PSDB-SP) disse que
vai anunciar o seu candidato a vice nesta sexta-feira (20) e que sua coligação
pode crescer ainda mais.
"Nós não estamos trabalhando nisso com empenho, mas até
a convenção no dia 28 pode ser, sim, que anunciemos algo. Agora o nosso foco é
anunciar o nosso candidato a vice", disse Doria à Folha após
palestra a empresários brasileiros em Miami nesta quarta-feira (18).
O deputado Rodrigo Garcia (DEM), que foi secretário de
Habitação do governo de Geraldo Alckmin e entregou mais de 130 mil moradias no
estado entre 2015 e 2018, é o mais cotado para entrar na chapa de Doria.
A coligação é a maior da campanha até o momento:
PSDB; PSD; PRB; PTC; e, mais recentemente, PP, que Doria
conseguiu tirar da chapa do adversário que mais lhe causa problemas, o
governador Márcio França; e DEM, que chegou com a candidatura ao Senado
e desistência
pouco tempo depois do apresentador José Luiz Datena.
Durante um discurso de mais de 45 minutos para
aproximadamente 150 membros da Câmara de Comércio Brasil-EUA da Flórida, Doria
falou com orgulho da sua capacidade de criar laços políticos com os partidos
aliados, e da capilaridade de sua coligação, que se traduz no maior número de
deputados estaduais e federais, maior número de prefeitos e vereadores.
"Em uma campanha de curta duração e altamente
polarizada, o maior tempo de campanha na TV e no rádio faz toda a
diferença", disse o candidato.
Apesar do tom otimista diante da plateia que almoçava
camarão com catupiri, escondidinho de carne de sol e mandioca frita no
restaurante Coco Bambu em Miami Beach, Doria tomou cuidado para não deixar
transparecer nenhum sinal de aposta em vitória já no primeiro turno na disputa
pelo governo paulista.
"Nosso foco é trabalhar como se a gente estivesse em
último lugar", disse.
Doria admite que o clima agressivo da campanha e a polêmica
cada vez mais acirrada com o governador Márcio França é um desafio,
mas que no final das contas o conflito tem tido um impacto positivo na sua
campanha. A liderança nas pesquisas e o apoio de um número crescente de
partidos é evidência de que o seu posicionamento como candidato tem sido o
correto, ele avaliou.
"O Márcio França está lá embaixo, tem uma diferença
colossal nas pesquisas,’’ afirmou.
Doria foi incisivo em suas críticas ao candidato
à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, dizendo que o caminho da
extrema-direita levaria o Brasil a se 'venezualizar' ou se transformar em
uma nova Cuba ou Bolívia.
"Não esperem de um regime de extrema-direita nenhuma
condescendência com a democracia, com os direitos humanos, com os direitos da
imprensa, com a liberdade de expressão,’’ disse Doria, pedindo para que os
presentes "refletissem bem’" antes de votar em Bolsonaro.
Agradecendo as intenções de voto por parte de apoiadores de
Bolsonaro, Doria disse que "voto não se rejeita", mas afirmou que não
faria qualquer aliança com o PSL.