EM CONVENÇÃO NACIONAL, PSB DECIDE NÃO APOIAR NENHUM CANDIDATO A PRESIDENTE
Por aclamação e sem abstenções, o PSB decidiu neste domingo
(5), em convenção nacional, não apoiar formalmente presidenciáveis na
disputa eleitoral de outubro ou fazer coligações com outros partidos.
A aposta é que, com esse formato, o partido consiga emplacar os dez nomes
do PSB que disputam governos estaduais, além dos 11 candidatos ao Senado
pela legenda. Com essa decisão, a legenda pretende formar alianças de
centro-esquerda com orientação para uma agenda progressista nas disputas
regionais.
O partido chegou a analisar a proposta apoiar Ciro
Gomes, que teve nome aprovado pelo PDT no primeiro dia de convenções (20 de
julho), mas a iniciativa foi derrotada.
Na prática, haveria um acordo com o PT para
apoiar candidatos do PSB em, pelo menos, quatro estados – Pernambuco,
Amapá, Amazonas e Paraíba – além da possibilidade de inclusão de
Tocantins. Em contrapartida, o PSB daria apoio aos petistas que disputam os governos
do Acre, da Bahia, do Ceará e do Rio Grande do Norte. Neste formato, os
socialistas teriam liberdade ainda para alianças com outras legendas como o
PDT, buscando o fortalecimento da base nos estados.
A legenda chegou a cogitar candidatura própria para
Presidência, mas que foi inviabilizada em maio, quando o então nome apoiado
pelo PSB – o de Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF – anunciou que
não disputaria as eleições.
Disputas internas
Enquanto a votação sobre o apoio ou não a um presidenciável
foi tranquila, as discussões sobre as divergências nos estados esquentam o
debate. Desde o momento do credenciamento, cartazes, faixas e gritos de
protesto e de ordem de diferentes correntes do partido nos estados – como
Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde a escolha de candidatos foi
marcada por fortes divergências – sinalizavam qual seria a temperatura da
convenção. O primeiro recurso a ser votado foi em relação à candidatura de
Márcio Lacerda, em Minas Gerais, que, por decisão da presidência do partido
acabou sendo anulada.