EXPORTAÇÕES DE FRUTAS DO RN PARA A CHINA DEVEM COMEÇAR A PARTIR DE DEZEMBRO
O Brasil, por meio do Rio Grande do Norte, e a China deverão
iniciar mais um grande negócio – agora, relacionado à fruticultura – a partir
de dezembro deste ano. O presidente do Comitê Executivo da Fruticultura de
Exportação do RN (Coex), Luiz Roberto Barcelos, confirmou a informação durante
a Expofruit, feira do setor realizada em Mossoró, que termina nesta
quinta-feira, 23.
Segundo Barcelos, falta apenas a resolução das últimas
pendências fitossanitárias entre os dois países, pois havia um temor que as duas
frutas em questão – o melão potiguar e a pera chinesa – pudessem carregar
doenças e pragas do local de origem para o de consumo. “Houve avanços
significativos nesta área e os governos estão trabalhando nesta última fase
antes que se inicie este comércio, que deve começar em dezembro”, disse
Barcelos.
Enquanto as exportações do melão potiguar para a China não
se iniciam, os empresários do setor não têm do que reclamar, principalmente
pelo fato das vendas para países do Mercosul – com destaque para a Argentina,
Chile e Uruguai – estarem aumentando. Outro motivo de comemoração é a ampliação
dos negócios com países do leste europeu. Neste caso, as exportações de maior
volume são destinadas à Rússia.
A Expofruit – maior feira de fruticultura irrigada do país –
termina nesta quinta-feira, 23, e esta edição foi marcada por uma maior
participação da população de Mossoró e municípios vizinhos. A feira também foi
um espaço democrático para a venda de outros produtos de origem agrícola
plantados no Rio Grande do Norte, como pimenta, mandioca, cebolinha, coentro,
além de artesanato.
Entre os 300 estandes que compuseram a Expofruit, foi
possível identificar a presença de muitas empresas que fazem parte da cadeia
produtiva da fruticultura, com destaque para as áreas de embalagem, irrigação,
controle de pragas e doenças, adubação do solo, fabricantes de polpas de suco,
empresas de máquinas e equipamentos, além de prestadoras de serviços em
consultoria e de última tecnologia – como fruticultura de precisão – que
projeta e executa plantios e colheitas monitoradas por georreferenciamento.
Rodada de Negócios coordenada pelo Sebrae na Expofruit
conecta empresários
Técnicos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae) do Rio Grande do Norte, um dos parceiros na realização da
Expofruit, comemoraram a 21ª edição do evento por conta do sucesso da Rodada de
Negócios. David Góis, gerente da Unidade de Acesso a Mercados, observou que 80%
dos participantes eram potiguares e 20% cearenses e que produtores encontraram
compradores, ou seja, negócios foram realizados e serão quantificados no
balanço da feira, que ainda não tem data para ser divulgado.
Mas teve empresários de outros países que marcaram presença.
O chileno Luis Montanares, importador de vinhos do Chile para o Rio Grande do
Norte, aproveitou a Expofruit para apresentar um projeto para exportar frutas
para a sua terra Natal. Contudo, Montanares disse que não se trata de um
projeto apenas de cunho econômico.
“O projeto também tem uma integração
cultural, levando artistas do Rio Grande do Norte para o Chile e fazendo o
mesmo de lá para cá. O objetivo é unir o econômico ao cultural”, disse
Montanares, que mora em Mossoró e tem divulgado o Estado brasileiro no Chile,
por meio do turismo, e agora quer fazer o mesmo com a fruticultura e movimentos
artísticos.
Para David Góis, o intercâmbio cultural proposto pelo
empresário chileno é uma prova que a Expofruit é vista por outros países é que
a fruticultura é um mercado promissor e que pode abranger e conectar-se com outros
segmentos da economia. David Góis frisou que a rodada de negócios do Sebrae
teve a participação do setor supermercadista, de distribuidores regionais e
nacionais. “O Sebrae está incentivando o trabalho de diversificação da
fruticultura, com a introdução do plantio do abacaxi, uva sem sementes, maçã,
entre outras. O espaço do Sebrae é para os pequenos, mas desenvolvemos parceria
em pesquisas com a Embrapa e com a Ufersa”, completou Góis.
Grandes e pequenos comemoram negócios na Expofruit
O que uma empresa multinacional fabricante de máquinas e
equipamentos quase bicentenária e uma pequena empresa de origem em Campina
Grande do setor de embalagens têm em comum na Expofruit? A resposta é a
realização de negócios. O gerente comercial do setor de peças John Deere,
empresa norte-americana de 185 anos – o terceiro CNPJ mais antigo dos Estados
Unidos -, Severino Félix, destacou que a empresa apresentou o trator “fruteiro”
na feira e obteve muito sucesso.
De acordo com Félix, o trator – que foi desenvolvido por
engenheiros da empresa no município de Petrolina, no Estado de Pernambuco –
agora chega ao Rio Grande do Norte. Felix informou que a Agrícola Famosa tem a
maior frota de tratores na região Nordeste quando se trata de fruticultura, mas
explicou que o interesse de outras empresas e pequenos produtores está
aumentando. “Trata-se de um trator de uso exclusivo para a fruticultura e com
as condições de pagamentos melhores, as vendas vão deslanchar. A curiosidade
dos produtores sobre o trator fruteiro foi grande”, disse Félix.
Quem também ficou satisfeito com a Expofruit foi o diretor
presidente da F1 Pack, Diego Gurjão – empresa do setor de embalagens oriunda de
Campina Grande. Única fábrica de fita arqueada das regiões Norte e Nordeste,
Gurjão contou que a empresa começou a trabalhar com embalagens nas áreas dos
produtos pré-moldados e cerâmicas, mas agora está com o foco voltado também
para a fruticultura. “Fizemos dois negócios antes da Expofruit e soubemos do
evento. Resolvemos participar e estamos saindo com dezenas de negócios
realizados. A demanda por serviços foi muito satisfatória”, comentou Diego
Gurjão.