BOLSONARO PERDEU QUASE METADE DO SANGUE DO CORPO, DIZ MÉDICA
A médica Eunice Dantas, diretora técnica da Santa Casa de
Misericórdia de Juiz de Fora (MG), que participou do atendimento médico ao
candidato à Presidência Jair
Bolsonaro (PSL), afirmou que ele perdeu quase metade do sangue do corpo.
"Ele perdeu de 40% a 50% do sangue do corpo. Um homem
adulto como ele tem entre cinco e cinco litros e meio", disse nesta
sexta-feira (7). Bolsonaro precisou de quatro bolsas de transfusão, segundo
ela.
Dantas declarou que, por uma questão de centímetros,
Bolsonaro não foi golpeado em uma região com "estruturas muito nobres e
com vasos muito mais calibrosos". "Se pega [frontalmente] no
intestino grosso dele, se pega uma artéria, seria muito pior", afirmou.
Bolsonaro
foi transferido para São Paulo na manhã desta sexta-feira. Ele teria,
segundo Dantas, participado de todo o processo decisório da transferência,
inclusive dando o aval para o deslocamento ao Albert Einstein. Inicialmente, a
vontade do candidato era ir para o Hospital Central do Exército.
Dantas disse que os médicos avaliaram em conjunto que não
haveria riscos em transferi-lo.
"Assim que ele teve condição clínica, a transferência
foi realizada. Sem nenhum risco para o deputado. Ele teve uma condução muito
boa do caso e a cirurgia foi muito bem feita", explicou.
"Tudo isso [a transferência] foi discutido
exaustivamente. Só foi possível o transporte porque ele está bem. Ele vai com
sonda, oxigênio, soro, medicações. Ele está recebendo todo o suporte
terapêutico", afirmou.
"Desde o momento que chegou, chegou lúcido.
Desconfortável, claro, mas muito tranquilo", complementou.
VEJA COMO FOI O ATAQUE A BOLSONARO EM MG
"Foi por pouco", afirma médica
Segundo a diretora, ele pode ter alta em menos de duas
semanas. "Ele está estável, mas é uma cirurgia de grande porte. Toda
cirurgia de grande porte depende do procedimento. Daqui a pouco ele vai poder
comer, andar. Vai depender da evolução, mas o previsto é de que tenha alta
hospitalar de sete a dez dias", disse.
Segundo explicou Eunice, porém, a avaliação ficará a cargo
da equipe do Albert Einstein. Não há previsão concreta de alta.
A diretora afirmou que a agilidade em levá-lo ao hospital
foi fundamental para que o ataque não tivesse resultado mais grave. "Foi
por pouco. Se ele não chegasse no hospital naquele momento, ele poderia ter
morrido. Foram quatro bolsas de sangue para ajudá-lo", disse.
PF vistoriam celulares por causa de foto
Durante a preparação para a cirurgia que estancou a
hemorragia interna na região abdominal, na quinta-feira (6), uma foto do
atendimento ao paciente acabou vazando nas redes sociais.
Logo após, de acordo com relato dos médicos, policiais
federais que estavam no local vistoriaram os celulares de todos os que estavam
presentes (médicos, enfermeiros, faxineiros, seguranças e outros).
"Ele não estava em cirurgia ainda, estava sendo
preparado para a cirurgia. (...) A PF [Polícia Federal] está dando todo o
suporte nisso. É muito difícil a gente evidenciar. Naquele momento, a equipe
estava preocupada em prestar assistência. A Polícia Federal recolheu e olhou os
celulares de todo mundo, mas não conseguiu identificar naquele momento quem
teria feito", disse Dantas.