EX-GOVERNADOR BETO RICHA E MULHER SÃO PRESOS NO PARANÁ
O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB)
e a esposa, Fernanda Richa, foram presos na manhã desta terça-feira 11
pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco),
órgão do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Richa é suspeito em um inquérito
que apura fraudes no programa Patrulha Rural, de veículos e policiais equipados
para atender especialmente a áreas rurais.
Richa e Fernanda foram presos no apartamento do casal, em
Curitiba, onde foram realizados simultaneamente dois mandados de busca e
apreensão: um pelo Gaeco, outro pela Polícia Federal, que realiza também nesta
terça a 53ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Piloto. Richa é
alvo das duas operações, que não têm ligação entre si, mas o mandado de prisão
foi expedido pela Justiça Estadual. O ex-governador é candidato ao Senado pelo
PSDB nas eleições de 2018.
Pela Lava Jato, foi preso Deonilson Roldo, ex-chefe de
gabinete do Governo do Paraná na gestão do tucano. Sobre a Piloto, a PF informa
que a operação diz respeito à suspeitas de “suposto pagamento milionário,
feito no ano de 2014, pelo Setor de Operações Estruturadas do grupo
Odebrecht, visando possível direcionamento do processo licitatório para
investimento na duplicação, manutenção e operação da rodovia estadual PR-323 na
modalidade parceria público-privada”.
Em maio, VEJA revelou que uma
gravação mostrava Roldo pedindo a um empreiteiro paranaense que
entrasse como “cobertura” na licitação, de forma a mascará-la para não levantar
suspeitas em relação à vitória da Odebrecht, que já estava acertada
previamente. Em troca, a empresa desse empreiteiro, o Grupo Bertin, teria ajuda
para vender parte do complexo de usinas termoelétricas de Aratu, na Bahia, para
a Copel, estatal paranaense de energia. A reunião ocorreu em uma segunda-feira,
dia 24 de fevereiro de 2014, na sala de Roldo, localizada no terceiro andar do
Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense, ao lado do gabinete do governador.