PSB DIZ QUE IRÁ SE OPOR AO GOVERNO BOLSONARO, MAS NÃO DE FORMA SISTEMÁTICA
O PSB decidiu,
em reunião da Executiva do partido nesta segunda-feira, 5, que fará oposição ao
governo do presidente eleito Jair
Bolsonaro, mas ponderou que sua atuação não será sistemática e nem apostará
no “quanto pior, melhor”.
Em documento assinado pelo presidente do PSB, Carlos
Siqueira, o partido aponta que fará “defesa intransigente” de princípios
democráticos e se colocará no campo da oposição com “brios e valores” à
“guinada conservadora” no país, sem, no entanto, usar o sofrimento dos
brasileiros como “trampolim” para as próximas eleições.
“Não é o caso, por certo, de inviabilizar o governo, de lhe
fazer oposição sistemática, mas de moderá-lo até o ponto – sempre e onde for
possível – que prevaleçam as teses e agendas de interesse nacional e de nossa
população”, diz o documento. “Não faremos, contudo, oposição a partir de uma
perspectiva abstrata, opondo sem qualquer intermediação possível”, segue o
presidente, no texto discutido nesta segunda-feira na reunião da Executiva.
“Exerceremos uma resistência sem tréguas, mas em uma perspectiva que busca o
bem comum. A lógica do ‘quanto pior, melhor’ não nos cativa ou estimula.”
Segundo uma fonte do partido, um integrante da reunião
chegou a propor uma “independência crítica”, possibilidade rejeitada pelos
demais presentes e decidiu-se pela oposição não automática.
“Vamos agir em face da realidade, em face das proposições
que o governo fizer, que o governo venha a adotar. Mas evidentemente os
prenúncios não são dos melhores”, disse Siqueira a jornalistas.
“Agora que temos uma posição oficial definida, nós vamos
partir para conversações com todas aquelas forças políticas, não apenas de
esquerda, mas todos que defendam a manutenção da democracia e manutenção dos
direitos sociais… vamos juntar todos aqueles que desejarem defender a
democracia, a liberdade de imprensa e os direitos sociais”, acrescentou o presidente
da legenda.