ACONTECE NESTA TERÇA JULGAMENTO DE EX-SERVIDOR PÚBLICO ACUSADO DE TENTAR MATAR PROMOTORES DE JUSTIÇA NO RN
O ex-servidor público Guilherme Wanderley Lopes da Silva
– acusado
de tentar matar a tiros três promotores de Justiça do Rio Grande do Norte no
dia 24 de março de 2017 dentro da sede do Ministério Público do Estado, em
Natal – vai a júri popular nesta terça-feira (11). O julgamento acontece a
partir das 8h no Tribunal do Júri, no Fórum Desembargador Miguel Seabra
Fagundes, no bairro Lagoa Nova, na Zona Sul da capital.
Guilherme é acusado por três crimes de homicídio tentado,
com o agravante de dissimulação. Isso significa, de acordo com a acusação, que
ele ocultou sua verdadeira intenção quando, portando um envelope, disse às
secretárias do procurador-geral que precisava entrar na sala para entregar
alguns documentos encaminhados por um procurador em caráter de urgência – o que
levou as funcionárias a abrirem a porta.
Defesa
A defesa técnica do ex-servidor insiste que, no dia do
ocorrido, Guilherme apresentava transtorno mental, e que essa condição ficou
comprovada em exame de insanidade realizado pelo Instituto Técnico-Científico
de Perícia (Itep). Ainda segundo a defesa, o resultado atesta que Guilherme, no
dia que atentou contra os promotores, "era parcialmente incapaz de
entender o caráter ilícito dos seus atos".
"Estamos diante de um processo que envolve um cidadão
portador de transtorno mental que, no dia fato narrado na denúncia, era
parcialmente incapaz de entender a ilicitude de sua conduta, circunstância essa
provada pela única perícia admitida pelo Juiz do feito", destaca a defesa.
"Ressalte-se que o próprio Juízo, em sede de sentença
de pronúncia, reconheceu que Guilherme Wanderley estava parcialmente incapaz na
data do fato, haja vista que revogou a qualificadora do motivo fútil, por
entender que os motivos estressores alegados em sua carta, não poderiam ser
considerados como fúteis", acrescenta.
O caso
O atentado aconteceu dentro da sede do próprio MP, na Zona
Sul de Natal. Guilherme entrou na sala do então procurador geral de Justiça,
Rinaldo Reis, jogou um envelope na mesa dele, sacou sua arma de fogo que estava
escondida sob a roupa e disparou.
O então procurador adjunto de Justiça Jovino Pereira
Sobrinho e o promotor Wendell Beetoven Ribeiro Agra foram baleados. Rinaldo
também foi alvo de um disparo, mas Guilherme errou o tiro.
Outras pessoas também estavam na reunião, mas não foram
atingidas. Guilherme fugiu e só se
entregou à polícia na manhã seguinte. Desde então, ele passou a aguardar o
julgamento detido na Unidade Psiquiátrica de Custódia, no Complexo Penal João
Chaves, que fica na Zona Norte.