AMAZON ENTRA DE VEZ NO BRASIL: ENTREGA RÁPIDA EM DOIS DIAS
A gigante do comércio eletrônico Amazon chega com tudo ao
território nacional nesta terça-feira (22): a empresa anuncia o início das
operações de um novo centro de distribuição em Cajamar, no Estado de São Paulo.
Ao todo, 120 mil novos itens passam a fazer parte do estoque da empresa, que
vai vender diretamente para o consumidor final. Entre as novidades da operação,
a possibilidade de entrega rápida em até dois dias, caso o cliente cumpra
alguns requisitos.
O anúncio foi feito pelo gerente regional Alex Szapiro. Até
agora, a Amazon realizava vendas principalmente no modelo de market place – ou
seja, outras lojas ofertavam seus produtos dentro do site e nos aplicativos da
empresa. Com a mudança, a companhia passa a oferecer 15 categorias de produtos.
Dentre os novos setores estão: brinquedos, produtos para bebês, beleza e
cuidados pessoais. Os usuários perceberão novas verticais dedicadas a estas
temáticas diretamente no menu de navegação da Amazon brasileira.
O reforço na atuação nacional tem a ver com o novo centro de
logística. Ele se soma a outro em Barueri, na Região Metropolitana de São
Paulo, onde atualmente ficam alguns aparelhos – dentre eles o Kindle. Szapiro
estima que os 42 mil metros quadrados equivalem a dez estádios de futebol. Lá
vão atuar alguns dos 1,4 mil funcionários diretos e indiretos da companhia no
país.
A despeito de um centro novinho, construído especialmente
para a empresa – que não revela o investimento nem o tempo dedicado ao projeto
–, não há robotização do espaço. São humanos que realizam toda a movimentação
de estoque. “O ser humano é muito mais eficiente para escolher as prateleiras e
colocar os produtos”, explica Szapiro num bate-papo com o TechTudo. Ele
ressalta que apenas 26 dos 175 centros de logística espalhados pelo mundo
adotam modernos robôs para a realização de tarefas.
Os consumidores contam, a partir de agora, com diversas
opções de entrega. O funcionamento é similar ao do e-commerce nos Estados
Unidos: para cada compra, a Amazon oferece diversos preços e prazos (inclusive
com serviço dos Correios). O delivery rápido figura entre as modalidades. Neste
primeiro momento, está disponível para itens selecionados e a consumidores das
regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba.
Outra mudança diz respeito ao custo da entrega: a empresa
promete frete grátis para compras que ultrapassem os R$ 149. Não se sabe se a
condição é promocional ou permanecerá como característica da Amazon brasileira.
A loja liderada por Jeff Bezos aceita pagamento em até dez
vezes no cartão de crédito (sem juros) ou por boleto bancário. Atuando no
conglomerado há sete anos, Szapiro revela as muitas prestações foram
identificadas como uma particularidade do público brasileiro. Foi necessário
desenvolver por aqui uma tecnologia que possibilitasse cobrar as parcelas. A possibilidade
chamou a atenção de executivos do exterior, que optaram por repetir a fórmula
em outros países.
O ingresso na venda direta ao consumidor não muda a forma
como a Amazon lida com o chamado market place. Szapiro diz que o sistema não
privilegia o estoque da própria Amazon e pode exibir parceiros, uma vez que o
local de acesso também é considerado, e há situações em que lojas
geograficamente mais próximas consigam entregar uma experiência de compra
melhor.
Ele cita três pilares para defender o algoritmo “neutro”:
“Tem coisas que são universais. Ninguém quer pagar mais caro, receber mais
devagar ou não encontrar o produto que está buscando”.
Amazon Prime brasileiro? Lojas em que os clientes não
precisam passar por caixas? Entregas com drones? São alguns dos assuntos que a
empresa não comenta. No entanto, faz questão de salientar que pensa
estrategicamente, de olho nos próximos 50 ou 60 anos.
Globo, via Techtudo