RN VAI PEDIR AO TESOURO NACIONAL NOVO PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO FISCAL
O secretário de Planejamento e Finanças do Rio Grande do
Norte, Aldemir Freire, vai solicitar da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) a
construção de um novo programa de Regime Recuperação Fiscal. O atual mecanismo
provido pelo Ministério da Economia não atende às necessidades do governo
potiguar.
“Não entramos com pedido ingressar no Regime de Recuperação
Fiscal. Até porque o atual regime não nos atende. Ele foi desenhado para alguns
Estados, mas o Rio Grande do Norte não atende aos critérios”, explica Aldemir
Freire.
Atualmente, os governos do Rio de Janeiro, Bahia e Santa
Catarina são atendidos pela recuperação fiscal. O programa permite a suspensão
o pagamento de dívidas com a União, bem como autoriza abertura de novas linhas
de empréstimo ao ente beneficiado.
De acordo com o Tesouro Nacional, a partir do documento Guia
para o Governador, que foi entregue a todos os gestores estaduais na última
quarta-feira, 16, o Rio Grande do Norte não é elegível para a recuperação
fiscal por ter dívida consolidada maior do que a Receita Corrente Líquida
(RCL).
Além disso, ainda segundo o Tesouro, os gastos correntes
obrigatórios
(pessoal e serviço de dívida) do governo potiguar acima de 70% da RCL e as
obrigações contratadas superiores às disponibilidades de caixa de recursos não
vinculados.
“O tamanho da dívida consolidada não pode ser critério de
exclusão. Nossa dívida é com servidores e fornecedores. Com isso, a dívida
flutuante precisa estar dentre destes critérios. O que nos sufoca é a dívida
flutuante. É preciso que seja levado em conta todo o endividamento dos
Estados”, rebate Aldemir Freire.
De acordo com ele, o Rio Grande do Norte vai encampar o
pedido de mudanças no regime junto ao Tesouro Nacional. Até o fim do mês, uma
equipe da equipe econômica do órgão federal fará uma visita aos gestores
potiguares. “Queremos o desenho de um outro programa que atenda às necessidades
do Rio Grande do Norte. Isso não quer dizer que o programa seja específico para
o nosso Estado, mas que também atenda outros locais com as mesmas
características que as nossas”, reforça.
O Tesouro Nacional também sugeriu ao governo potiguar
medidas como a privatização de estatais, o aumento da alíquota de impostos,
corte de gastos com pessoal e despesas correntes, entre outras medidas para a
manutenção do equilíbrio financeiro. A recomendação do Tesouro é que sejam
feitos tão logo quanto possível.