VINTE PRESOS DO CEARÁ SÃO TRANSFERIDOS PARA A PENITENCIÁRIA FEDERAL DE MOSSORÓ
Bombeiros chegaram a tempo de impedir destruição de carro
incendiado em Fortaleza, em mais um ataque de madrugada 08/01/2019 Foto: PAULO
WHITAKER / REUTERS
O Ministério da Justiça informou que foram transferidos do
Ceará 20 presos . Na madrugada desta quarta-feira, o grupo de detentos foi
levado para o presídio federal de Mossoró. Segundo a nota, o remanejamento dos
presos começou a ser feito às 2 da manhã e terminou às 4h30. Um outro preso já
havia sido transferido no fim de semana. Segundoo Grupo de Atuação Especial de
Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), os detentos remanejados são
acusados de comandarem a onda de ataques que completa hoje uma semana.Desde a
última quarta-feira, o Ceará foi alvo de164 ataques de fações criminosas em 39
cidades. Trezentos agentes da Força Nacional reforçam a segurança no estado desde
sábado.
Segundo o ministério, a operação envolveu o Ministério
Publico, Poder Judiciário do Ceará e Justiça Federal de Mossoró. “A partir de
Mossoró os presos serão distribuídos entre as demais 4 unidades prisionais do
Ministério da Justiça. Novas vagas poderão ser deferidas para o Estado”, diz a
nota.
A Secretaria de Administração Penitenciária.informou que
outros 40 presos serão retirados do Ceará para penitenciárias federais. Não há
ainda previsão de quando a nova transferência vai acontecer.
Em entrevista a Globo News, o governador Camilo Santana
voltou a afirmar que o estado vai endurecer as medidas contra a entrada de
celulares nas unidades prisionais.
— Dobrei o número de agentes penitenciários, e agora no fim
do ano tomei a decisão de que era uma área que precisava de uma intervenção
mais forte do Estado. A verdade, é que temos leis muito frouxas hoje no Brasil.
Infelizmente, a polícia prende o bandido, mas ele continua a comandar o crime
de dentro do presídio. O que eu estou fazendo é cumprir a lei dentro dos
presídios.
O governador também voltou a defender que o país necessita
de um sistema integrado de combate ao crime organizado.
— Eu sempre defendi que a questão da violência no Brasil
precisa ser uma questão nacional. Precisamos de um plano, uma estratégia, uma
pactuação, centros integrados de inteligência que possam passar informações de
um estado para outro. Porque a dinâmica do crime se transnacionalizou. E quem
tem que coordenar isso é a União, não pode um Estado sozinho coordenar. Quem tem
que ter esse papel é o Governo Federal”, disse o governador em entrevista ao
Sistema Verdes Mares.
A preocupação com o avanço da violência levou outros dois
estados a pedir ajuda ao governo federal nesse início de ano : Pará e Espírito
Santo.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, tem
encontro marcado hoje com Moro, em Brasília, para tratar do reforço da
segurança e da estrutura do sistema prisional do estado, que, diante da
superlotação, estaria sob ameaça.
Já o governador do Pará, Helder Barbalho, solicitou o envio
ao estado de 500 homens da Força Nacional para impedir o avanço da
criminalidade. Segundo o Ministério da Justiça, o pedido de Barbalho ainda está
em análise na pasta.
O Globo