MARCOLA É TRANSFERIDO PARA PRESÍDIO FEDERAL; MEMBROS DO PCC VÊM PARA O RN
O governo de São Paulo transfere na manhã desta
quarta-feira, 13, o chefe máximo do PCC, Marco Camacho, o Marcola, para um
presídio federal. O destino ainda não foi revelado, mas estipula-se que seja
Brasília.
Além dele, estão sendo transferidos em forte esquema
de segurança outros 21 membros da facção, parte também integrante
da cúpula.
Os detentos estavam em Presidente Venceslau (a 611 km de São
Paulo) e estão neste momento no aeroporto da vizinha Presidente
Prudente para a transferência. Eles também serão transferidos para os
presídios federais de Porto Velho (RO) e Mossoró (RN).
Sete desses presos tiveram a transferência definida no ano
passado por conta de envolvimento em crimes investigados na
operação Echelon, entre eles ordem para ataques a agentes públicos e
assassinatos de rivais.
Já Marcola está sendo transferido por conta da
descoberta em 2018 de um plano de fuga que utilizaria até um exército de
mercenários para o resgate dele e de parte da cúpula da facção.
A transferência de Marcola provocou um racha nos
meses do governo Márcio França (PSB) entre integrantes da cúpula que defendiam
a transferência de Marcola e outros que temiam represália por parte dos
criminosos se essa transferência fosse concretizada, a exemplo do que ocorreu
em maio de 2006, quando forças de segurança foram atacadas em
represália à transferência de 765 presos para Presidente Venceslau.
Mais de 300 ataques da facção a prédios públicos na época
deixaram 59 agentes de segurança mortos em cinco dias. O saldo de mortes
aumentaria nos dez dias que se seguiram, quando grupos de homens encapuzados
saíram às ruas para vingar as mortes de policiais. Foram 505 civis mortos.
O principal a defender a permanência de Marcola e
outros integrantes do PCC em São Paulo era o ex-secretário Mágino Alves
Barbosa Filho, sob argumento de ter informações seguras de que esses ataques
ocorreriam. Já o então secretário da Administração Penitenciária, Lourival
Gomes, e membros do Ministério Público, refutavam a descoberta de planos de
ataques por parte dos criminosos e defendiam a transferência imediata.