CEARENSE CRIA PROJETO QUE RASTREIA CÉDULAS ROUBADAS POR MEIO DE CÓDIGO DE BARRAS


Uma ideia inovadora que pode ser a saída para o número de assaltos a bancos e carros fortes no Ceará foi criada por uma jovem da região do Cariri.

Loiane Martins, 16 anos, mora no Crato e pretende rastrear cédulas roubadas por meio de um código de barras, que permite às autoridades de segurança saberem exatamente onde o dinheiro foi parar.

A iniciativa saiu definitivamente do papel em dezembro do ano passado, depois que uma quadrilha tentou assaltar duas agências bancárias em Milagres, na região do Cariri, resultando na morte de 14 pessoas durante confronto policial. 

Loiane Martins acredita que o rastreamento das cédulas pode ajudar a inibir ações criminosas como essa. “Imagino que os próprios bandidos iam ter medo e a população ficaria mais segura porque o fato principal é a proteção e salvar vidas”.

O modelo funciona da seguinte forma: as cédulas passariam a ser impressas pelo Banco Central com código de barras. A ferramenta que faria a leitura desse código é simples e presente na maioria dos estabelecimentos comerciais.

Por meio do código de barras também seria possível identificar tanto a origem do dinheiro, quanto saber se a nota é falsa, clonada ou roubada. Para chegar até o produto final, Loiane contou a ajuda do pai, Nijair Araújo, coronel do Corpo de Bombeiros.

Ele acredita que a ideia da filha pode ser uma grande aliada no combate à corrupção, ajudando a localizar valores escondidos em paraísos fiscais e identificando a origem de dinheiro de procedência suspeita.

“Com esse sistema, todo esse dinheiro vai ter que ser apresentado, porque ele perde a validade, e pra apresentar mais de R$ 20 mil você tem que declarar a fonte. Então ia acabar com desvio de verba, corrupção, assalto a banco, carro forte e o Novo Cangaço. Você resolve vários problemas com código de barras”, comenta Nijadir.

A proposta de rastreamento de cédulas de dinheiro já foi apresentada à Receita Federal, Polícia Federal, Banco Central e Ministério Público. Agora, pai e filha pretendem levar a ideia ao ministro da Justiça, Sérgio Moro.

“Nós temos um agendamento agora para abril com o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, que vai ser a ponte de ligação com Sérgio Moro. Nós temos um registro de patente, mas a nossa ideia é, se houver um interesse da nação, ceder a patente para o povo brasileiro, porque é um serviço de utilidade pública”.

O projeto pioneiro foi tão bem aceito que, em junho deste ano, Loiane e Coronel Nijair Araújo viajam aos Estados Unidos para apresentá-lo durante uma feira internacional, a Olimpíada Genius.