SESSÃO DA CCJ É INTERROMPIDA APÓS CONFUSÃO E SUSPEITA DE DEPUTADO ARMADO
A audiência da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados sobre a
admissibilidade da reforma
da Previdência foi interrompida após desentendimento entre deputados.
O deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE) acusou o delegado Waldir (PSL-GO),
líder do partido de Jair Bolsonaro na Casa, de estar armado.
A confusão se instalou quando deputados de oposição ainda
tentavam emplacar questões de ordem, recusadas pelo presidente
da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR). Os congressistas se
aglomeraram à frente da mesa tentando impedir a leitura do parecer pelo
relator, o delegado Marcelo Freitas (PSL-MG). Em determinado
momento, Waldir se apoiou sobre a mesa da comissão, e uma fenda no paletó
deixou o coldre à vista. Bismarck bradou que o deputado estava armado.
Começou um empurra-empurra e deputados chegaram a agarrar
Waldir tentando identificar a arma. O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) disse
que, ao segurar a mão do líder do PSL, tocou na arma. A sessão chegou a ser
suspensa por dez minutos.
Bismarck disse que Francischini agiu mal e deveria ter
lacrado o plenário, impedindo a saída de parlamentares. “O que os deputados
estão comentando é que houve uma proteção a Waldir e a arma passou de mão em
mão”, disse. O delegado Waldir afirmou que carrega apenas o coldre.
Durante a problemática, o deputado Enio Verri (PT-PR) pediu
que a presidência da sessão tomasse providência. “O regimento interno proíbe
porte de arma de qualquer espécie nos edifícios da Câmara. O caso merece
apuração interna, advertência ou representação no Conselho de Ética.”
A sessão teve início por volta das 14h40 e caminhava
vagarosamente por causa de diversos bate-bocas entre os congressistas.
O clima era de tensão desde o início, com deputados de oposição
apresentando sucessivos requerimentos para tentar adiar o processo. A
oposição pedia mudanças no texto e não permitia que o relator da reforma da
Previdência lesse o relatório que discute a constitucionalidade da
proposta, alegando que o texto deveria estar disponível aos parlamentares.
O presidente da CCJ suspendeu a reunião. E acalmou os
congressistas aos disponibilizar o relatório no sistema.
(Com Estadão Conteúdo)