PARA APROVAR NOVA PREVIDÊNCIA, BOLSONARO ACENA COM CARGOS E VELHA POLÍTICA
O presidente Jair Bolsonaro acertou com os presidentes da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que dois
novos ministros do governo só serão nomeados se tiverem a aprovação de partidos
do chamado Centrão.
Bolsonaro foi convencido de que, sem isso, não terá como
aprovar a reforma da Previdência no Congresso. Também correria o risco de ser
derrotado em outros projetos importantes como a medida provisória 870, da
reforma administrativa, que instituiu a composição da Esplanada dos Ministérios
após sua posse.
Para aprovar a MP amanhã na comissão mista da Câmara e do
Senado, o governo aceitou dividir o Ministério do Desenvolvimento Regional em
duas pastas: Cidades e Integração Nacional. O relator do projeto, senador
Fernando Bezerra (MDB-PE), já encampou a proposta em seu parecer.
Inicialmente a ideia é entregar o comando dos dois novos
ministérios ao PP e ao MDB. Caberá aos presidentes das duas Casas do Congresso,
Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, articular a escolha dos nomes.
A especulação hoje à tarde no Congresso era de que Maia
deverá indicar o atual secretário de Transportes de São Paulo, Alexandre Baldy,
que já foi ministro das Cidades no governo Michel Temer.
A dificuldade é que, embora filiado ao PP, o ex-deputado
Baldy é considerado como um dos políticos mais próximos de Rodrigo Maia.
No Senado, também ainda não está definido o nome que será
escolhido por Davi Alcolumbre.
Sua preferida é a presidente da Comissão de Constituição e
Justiça, Simone Tebet (MDB-MS). Mas o relator da MP, senador Fernando Bezerra,
está de olho no cargo. Ele é o líder do governo na Casa e já foi ministro da
Integração no governo Dilma Rousseff.
Independentemente dos nomes a serem escolhidos, o fato é que
Bolsonaro começa a acenar para o Congresso com a chamada "velha
politica" da troca de cargos por apoio nas votações e de salamaleques aos
políticos para compor uma base parlamentar.
Nesta quarta-feira (8) o presidente faz mais um gesto
em direção aos políticos.
Bolsonaro toma café da manhã na residência oficial da
presidência do Senado com o próprio Alcolumbre, líderes partidários e
governadores que vieram a Brasília para negociar mais verbas para estados e
municípios.
"Há muito tempo os governadores reivindicam mudanças no
relacionamento com a União. Não podemos deixar passar este momento, em que o
governo do presidente Bolsonaro e sua equipe econômica reconhecem o
protagonismo do Senado para propor as medidas que vão permitir aos estados
equilibrar as contas", festejou Alcolumbre.