BARROSO CRITICA 'EUFORIA' DE 'CORRUPTOS' COM VAZAMENTO DE CONVERSAS ENTRE MORO E DALLAGNOL
Ele fez a afirmação em entrevista ao programa Em Foco com
Andréia Sadi, da Globo News.
Para Barroso, "não há nada a celebrar". "A
corrupção existiu e precisa continuar a ser enfrentada, como vinha sendo. De
modo que tenho dificuldade em entender a euforia que tomou os corruptos e seus parceiros”,
declarou.
Segundo as reportagens
do The Intercept, quando era juiz federal e julgava os processos da Lava
Jato no Paraná, Moro, atual ministro da Justiça do governo, orientou ações dos
procuradores da República que atuavam na força-tarefa e cobrou de Dallagnol
novas operações.
"A corrupção existiu, eu até tenho dificuldade de
entender um pouco essa euforia que há em torno disso se houve algo pontualmente
errado aqui ou ali", afirmou Barroso. "Porque todo mundo sabe, no
caso da Lava Jato, que as diretorias da Petrobras foram loteadas entre partidos
com metas percentuais de desvios. Fato demonstrado, tem confissão, devolução de
dinheiro, balanço da Petrobras, tem acordo que a Petrobras teve que fazer nos
EUA", disse.
O ministro ainda acrescentou: “ "A única coisa que se
sabe ao certo, até agora, é que as conversas foram obtidas mediante ação criminosa.
E é preciso ter cuidado para que o crime não compense".
Ministros do STF comentam a divulgação de mensagens entre
Moro e procuradores
Para Barroso, os fatos ainda estão sendo apurados e, somente
ao final, um juiz pode se manifestar.
“Sou juiz. Os fatos estão sendo apurados. Juiz fala ao final
da apuração – e se tiver que falar, nos autos, de preferência. E não é hora de
formar juízos sobre isso, ainda. Na vida, o que é certo é certo, o que é errado
é errado. Formamos juízo depois da apuração", declarou.
(CORREÇÃO: diferentemente da versão inicial deste texto, o
ministro não fez, em nenhum momento, menção ao nome do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Ao ser publicado, o texto dizia que “em relação a casos
de corrupção na Petrobras investigados pela Operação Lava Jato e que levaram à
condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de membros do governo do
PT e de dirigentes do partido, o ministro afirmou que a corrupção efetivamente
existiu”. Barroso, no entanto, em nenhum momento de sua declaração fez menção
ao nome do ex-presidente.)