EX-MOTORISTA AFIRMA QUE FOI ‘LARANJA’ DE ALEXANDRE FROTA

Marcelo Ricardo Silva acusou seu ex-patrão, o deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP) de irregularidades. De acordo com o ex-funcionário, o deputado o utilizou como laranja em duas empresas. Ele também afirma que seu salário de motorista era pago por empresas, o que pode ser considerado caixa 2. As informações foram publicadas neste sábado pelo jornal “Folha de S. Paulo” e confirmadas em entrevista do motorista ao "Jornal Nacional", da TV Globo.
A denúncia foi feita ao Ministério Público, que abriu um inquérito para apurar o caso no dia 28 de maio. Em reportagem publicada no “Jornal Nacional”, Marcelo divulgou áudios de Frota, em que ele pede para o ex-motorista buscar seu filho, decidir sobre a distribuição de santinhos eleitorais e até tratar do pagamento de outros funcionários. Ele apresentou documentos que provariam, segundo ele, que Frota transferiu três empresas para o nome de Silva: a FR Publicidade e Atividade Artística, a DP Publicidade Propaganda e Eventos que na verdade pertenciam a Frota.
- Eu era leigo, não sabia da gravidade disso - disse o ex-motorista ao “JN”. - Quero que ele pague os impostos (atrasados).
Silva ainda informa que recebeu e repassou, irregularmente, R$ 70 mil do deputado. Ele também apresentou extratos bancários de supostos repasses de recursos para a mulher de Frota. E afirmou que recebeu seu salário de outras empresas, o que caracterizaria doação ilegal de campanha.
A motivação da denúncia, disse o ex-motorista nas reportagens, ocorreu porque ele não conseguiu receber sua parcela do seguro-desemprego por causa de problemas nas empresas que, de acordo com ele, são de Frota. Ele afirmou ainda que recebia, quando funcionário de Frota, menos que o combinado.
Em nota enviada ao “Jornal Nacional” o deputado refuta as acusações. Ele afirma que Silva foi demitido por comportamento inadequado e que, após isso, ele começou a fazer ameaças e tentativa de extorsão. De acordo com a nota, Frota registrou um Boletim de Ocorrência contra o ex-funcionário e uma representação na polícia da Câmara dos Deputados, para proibir o ex-servidor de entrar no Congresso. A nota ainda nega que ele tenha atuado em sua campanha eleitoral, que ele era seu motorista particular e que nunca teve nenhuma “relação ilegal” com o ex-funcionário.