DESATIVAÇÃO DE UMA ENZIMA REVERTEU PRÉ-DIABETES EM RATOS


A resistência à insulina (hormônio que ajuda o açúcar a entrar nas células) e esteatose hepática (gordura no fígado) são características relacionadas à pré-diabetes, que se não forem tratadas podem levar ao desenvolvimento do tipo 2 da doença. No entanto, cientistas descobriram que ao desativarem uma enzima chamada DES1, que normalmente remove os hidrogênios finais de um lipídio chamado ceramida.

estudo foi publicado na revista científica Science e feito por pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos. Com isso, os cientistas podem começar a desenvolver medicamentos que atuem nessa enzima ou lipídio, desenvolvendo novas terapias.

"Nós identificamos uma potencial estratégia terapêutica que é notavelmente eficaz, e ressalta como sistemas biológicos complexos podem ser profundamente afetados por uma mudança sutil na química", diz Scott Summers, presidente de Nutrição e Fisiologia Integrativa da Universidade de Utah e co-autor sênior no estudo.

Como o estudo foi feito

Primeiro os cientistas colocaram os ratos adultos em uma dieta rica em gordura, o peso deles dobrou, assim como desenvolveram resistência a insulina e esteatose hepática;

Depois os especialistas desativaram a enzima DES1 desses ratinha, reduzindo as ceramidas.

Após duas semanas, os ratinhos permaneceram obesos, mas a gordura no fígado havia sido eliminada e a resposta à insulina era igual a de um rato saudável;

Quando eles testaram a redução de ceramidas em ratos antes da dieta gordurosa, o ganho de peso e resistência a insulina foram impedidos.

Por que isso é importante?*

O pré-diabetes é um problema de saúde que merece atenção e atinge quase 15 milhões de indivíduos no Brasil. O termo pré-diabetes é utilizado para indicar que um paciente apresenta risco alto para desenvolver diabetes tipo 2. É um estado intermediário entre uma pessoa saudável e alguém que tem a doença, mas que já é capaz de gerar complicações como o pé-diabético e problemas nos olhos, além de estar ligado à hipertensão e problemas renais.

No pré-diabetes, a glicemia (nível de açúcar no sangue) começa a ficar alta. Quando o resultado em jejum varia de 100 a 125 mg/dl, é um sinal de que o paciente pode ter a condição. Nesse caso, é preciso fazer um teste oral de tolerância à glicose, também conhecido como curva glicêmica.

O problema não apresenta sintomas e está associado ao excesso de peso corporal. Por isso, pode ser combatido com mudanças no estilo de vida, como a prática de atividade física --30 minutos por dia, ao menos cinco vezes na semana -- e boa alimentação.