MORO DIZ QUE O CANDIDATO DO GOVERNO NA ELEIÇÃO DE 2022 SERÁ BOLSONARO
Sergio
Moro disse hoje que o candidato do governo nas eleições de 2022 será o
presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Em evento voltado ao mercado financeiro nesta sexta-feira (5), o ministro da
Justiça e Segurança Pública foi questionado sobre concorrer ao cargo.
Moro afirmou que ainda acha muito cedo para tratar do
assunto, mas, visto que o próprio Bolsonaro já se manifestou sobre o tema, ele
gostaria de reforçar o apoio à reeleição do presidente.
"O candidato do governo vai ser o presidente à
reeleição. Então, não tem sentido [falar em candidatura dele]", afirmou o
ministro, ao responder se ele pensava em concorrer à Presidência da República.
A pergunta foi recebida com aplausos pela plateia.
"Mas eu não falei em 2022", ressalvou a
interlocutora, a jornalista Natuza Nery. O ministro, no entanto, não respondeu.
Grande parte do público mostrou entusiasmo diante da possibilidade, com gritos
de "presidente" entre os aplausos.
Moro não vê ilicitude em novas mensagens divulgadas
Mais cedo, no mesmo evento, Moro afirmou que não há
ilicitude nas últimas mensagens reveladas pela revista Veja e pelo site The
Intercept Brasil na madrugada desta sexta-feira (5). Sem confirmar a
autenticidade, o ex-magistrado afirmou que as mensagens foram "tiradas de
contexto" e acusou a imprensa de sensacionalismo.
"Eu respeito muito a imprensa, mas acho que ali teve um
erro de procedimento. Eu não tive direito de resposta, não apresentaram estas
mensagens antes para que nós pudéssemos avaliar", afirmou o ministro em um
evento voltado ao mercado financeiro em São Paulo na manhã desta sexta.
De acordo com novos diálogos revelados, Moro teria alertado
o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, que o
MPF (Ministério Público Federal) não havia incluído uma informação considerada
importante por ele na denúncia de um réu, entre outros pedidos considerados
impróprios aos procuradores.
Moro voltou a reiterar que não tem como confirmar a
veracidade das mensagens, mas afirmou que, caso sejam dele, não há nada de
ilícito no conteúdo divulgado. "Eu não posso confirmar a autenticidade,
mas posso verificar fatos", afirmou Moro. Segundo ele, não houve qualquer
quebra da imparcialidade.
"A revista fala que eu mandei uma mensagem pedindo
urgência do MP para se manifestar sobre um pedido de revogação de prisão
preventiva. Uma mensagem de 17 ou 16 de fevereiro, dia 19 começa o recesso. Se
for autêntica, eu estaria pedindo: preciso da manifestação para decidir o
pedido. O que tem de ilícito de uma mensagem dessa espécie? Pelo
contrário", argumentou o ex-juiz.
Moro falou ainda que este é um "assunto desagradável e
repetitivo" que tem sido tratado com sensacionalismo pela imprensa.
"[A publicação] pega uma mensagem que a gente não sabe nem se é autêntica
e cria um contexto totalmente falso", declarou Moro.
"Pelo menos tenham a honestidade, se quer produzir uma
matéria dessa, de disponibilizar as mensagens antes e não construir
narrativas", declarou o ministro. "Outra questão: analise os fatos,
vá aos processos. Me acusar de incluir um fato em uma acusação para depois eu
absolver [o réu]... é só jornalista olhar o processo."