EQUIPE DE CIENTISTAS DESENVOLVE REMÉDIO QUE PODE SUBSTITUIR CIRURGIA DE CATARATA


A cirurgia de catarata pode estar com seus dias contados. Isso porque uma equipe de cientistas dos Estados Unidos, China, Japão e Reino Unido desenvolveu um remédio capaz de reverter a lesão ocular, que pode eventualmente comprometer a visão.

Os resultados animadores dos primeiros testes em laboratórios, realizados com camundongos, indicaram uma redução de 46% da opacidade nos olhos característica da doença. Os achados foram publicados recentemente na revista científica Investigative Ophthalmology and Visual Science.

Para oferecer alternativas ao tratamento cirúrgico, o time internacional de pesquisadores desenvolveu e testou uma substância chamada VP1-001 em camundongos. O composto, um derivado de colesterol chamado de oxysterol, foi aplicado por meio de gotas nos olhos — como um colírio — de metade dos 35 animais que fizeram parte da pesquisa.

Ao final do experimento, comparando os grupos que receberam ou não o tratamento, foi possível observar uma melhora nos perfis de índice de refração – um parâmetro óptico que mede a capacidade de foco – em 61% dos olhos tratados com o VP1-001. Segundo os pesquisadores, isso significa que a organização proteica da lente está sendo restaurada. Além disso, foi constatada uma redução na opacidade dos olhos em 46% dos casos.

Os resultados, considerados extremamente positivos pelos cientistas, abrem caminho para que eventualmente o composto seja adaptado para um tratamento em olhos de seres humanos. Mas, até lá, ainda são necessários mais testes clínicos e ajustes à substância para que ela se torne um remédio indicado para a doença.

“Ocorreram melhorias em alguns tipos de catarata, mas não em todas, indicando que este pode ser um tratamento para cataratas específicas. Isso sugere que pode ser necessário fazer distinções entre os tipos de catarata ao desenvolver medicamentos anti-catarata. É um passo significativo para o tratamento desta condição extremamente comum com medicamentos, em vez de cirurgia”, explica a vice-reitoria de Pesquisa e Inovação na Faculdade de Saúde, Educação, Medicina e Assistência Social da Universidade Anglia Ruskin, Barbara Pierscionek, líder do estudo, em comunicado.

Com informações de O Globo