VÍDEO: EZEQUIEL QUEBRA O SILÊNCIO E EXPLICA POR QUE NÃO SERÁ CANDIDATO A GOVERNADOR: “ÀS VEZES TEM QUE DAR UM PASSO PARA TRÁS PARA DAR DOIS PARA A FRENTE”


Tiago Rebolo

Da Redação da 98 FM

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), quebrou o silêncio e deu uma rara entrevista nesta sexta-feira (13). Durante visita à cidade de Martins, na região Oeste Potiguar, ele falou à rádio Minha Vida FM e, durante a entrevista, de cerca de 50 minutos, o presidente estadual do PSDB discorreu sobre os mais variados assuntos.

Um dos destaques da entrevista foi quando Ezequiel foi perguntado sobre a ventilação do seu nome para disputar o governo do Estado. O deputado afirmou que a especulação não partiu dele e rebateu o argumento de aliados que diziam que o cenário atual era quase perfeito para sua candidatura e que talvez nunca mais se repetisse. O deputado declinou e anunciou que será candidato, mais uma vez, a deputado estadual.

Ele agradeceu a todas as manifestações de apoio, mas ressaltou que analisou melhor o cenário e percebeu que não era o momento. “Na vida pública, às vezes tem que dar um passo para trás para dar dois para a frente”, disse ele.

O parlamentar afirmou também que não entende que houve uma “escolha” pelo seu nome para disputar o governo. O deputado disse que só foi chamado para a disputa quando a oposição percebeu que os nomes mais fortes, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) e o atual, Álvaro Dias (PSDB), ficariam de fora. “Não houve escolha pela minha candidatura. Houve, diante da impossibilidade desses dois nomes”, afirmou o presidente da Assembleia.

Ezequiel afirmou que ser governador está nos seus planos, mas não agora. Ele avaliou que talvez este não seja o momento mais adequado. “Na política, a gente precisa saber a hora certa. A hora certa talvez não fosse essa. Não acredito que o cavalo tenha passado selado. Acho que pode estar selado para outras pessoas”, argumentou o deputado.

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Em outro trecho da entrevista, o presidente da Assembleia Legislativa disse que, diante da situação herdada, Fátima Bezerra (PT) faz “aquilo que podia”. Ressaltou, entretanto, que a governadora teve a “sorte” de o Rio Grande do Norte ter dois ministros no governo Jair Bolsonaro (PL), condição que, segundo ele, foi determinante para que o Estado conseguisse colocar as finanças em dia. “De forma inédita, o Governo Federal liberou de recursos quase R$ 3 bilhões”, enalteceu.

Ezequiel Ferreira cobrou mais ousadia do governo estadual. Citou áreas em que, segundo ele, é preciso avançar, como na recuperação das estradas, na segurança pública e na saúde. Pediu, ainda, projetos de desenvolvimento econômico para que o Estado cresça. “Precisamos ter uma administração que foque acima de tudo no bem estar social das pessoas”, pontuou.

Na entrevista à Minha Vida FM, Ezequiel Ferreira não deixou escapar sua preferência na disputa para o governo do Estado. Falou que ainda vai conversar tanto com a governadora Fátima Bezerra (PT) quanto com o pré-candidato Fábio Dantas (Solidariedade) antes de decidir quem vai apoiar. Sobre o destino do PSDB, o presidente da Assembleia enfatizou que vai prevalecer a democracia interna do partido. “Acabou o tempo em que o presidente do partido dizia ‘tem que ser desse lado’ e todos teriam de ficar desse lado”, argumentou.

O deputado tucano falou que vai reunir os outros 11 deputados estaduais para decidir que rumo o partido tomará na eleição majoritária. “O partido não tomará uma posição unilateral porque o presidente quer. Ele escutará dos seus membros, os seus filiados, para tomar uma posição. Se a posição da maioria for a liberdade interna para que cada um siga seu caminho, será adotada sem nenhum tipo de problema. Defendo a não radicalização”, declarou.

O presidente da Assembleia foi perguntado sobre o que espera do próximo governo, seja com Fátima reeleita ou outro governador vencendo a eleição. Ele afirmou que o preponderante é que o próximo governante tenha alinhamento com o Governo Federal. “Precisamos continuar tendo apoio do Governo Federal para que o Estado possa fazer obras estruturantes. O povo precisa da ajuda do Governo Federal”, disse.