DEPRESSÃO TEM SINTOMAS CLAROS? VEJA O QUE É E COMO TRATAR
Faz cerca de 300 anos que transtornos mentais como a depressão passaram a ser considerados doenças, e não manifestações com caráter sobrenatural. Apesar disso, ainda há quem resista à ideia de que sintomas como tristeza profunda ou apatia persistente possam ser comparados a condições como diabetes ou hipertensão.
Assim como elas, a depressão pode gerar incapacidade e até matar nos casos mais graves, por isso é importante buscar ajuda.
O que é depressão? O que configura?
O sintoma clássico da depressão é a tristeza prolongada, por isso é comum as pessoas dizerem que estão deprimidas quando, na verdade, estão tristes porque algo de ruim aconteceu.
"Mas na depressão, a tristeza é um sentimento constante, que se manifesta pela maior parte do dia, quase diariamente, e por um período mínimo de duas semanas", especifica Antônio Geraldo da Silva, presidente eleito da Apal (Associação Psiquiátrica da América Latina) e diretor da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
A relação com o luto é frequente, mas também existem diferenças entre ambos. Quando a depressão coexiste com o sofrimento pela perda de um familiar ou parceiro, a dor não diminui após algumas semanas, como é esperado, e a pessoa não consegue retomar suas atividades ou funcionar como antes.
Como bem descreve o jornalista norte-americano Andrew Solomon, que enfrentou a doença, investigou o tema e o descreve no livro "O Demônio do Meio-Dia", o oposto da depressão não é felicidade, mas vitalidade.
Quais os sintomas de depressão?
Não existe um exame capaz de confirmar que alguém está deprimido. Por isso, o diagnóstico é clínico —ou seja, feito a partir da análise das queixas do paciente e do histórico individual e familiar do paciente.
Os sintomas da depressão podem variar de acordo com fatores como a gravidade do transtorno e a presença de condições associadas, como ansiedade, sintomas obsessivos ou psicóticos. Veja algumas manifestações possíveis:
No humor: tristeza prolongada; perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram apreciadas; choro fácil ou apatia; irritação; mau humor;
Na autoimagem: sentimentos de culpa, vazio ou inutilidade; solidão; baixa autoestima; sensibilidade à rejeição; desamparo; desesperança;
Nas funções cerebrais: dificuldade para executar as tarefas do dia a dia, tomar decisões; problemas de memória e concentração;
Nos pensamentos: pessimismo; visão distorcida da realidade; ideias frequentes de morte e/ou de suicídio; pessimismo; pensamentos negativos persistentes (ruminações como "eu não vou conseguir", "eu sou um fracasso", "as pessoas estariam melhor sem mim" etc);
No comportamento: falta de energia; fadiga; inquietação; agitação psicomotora; lentidão nos movimentos e/ou na fala; mobilidade reduzida; isolamento; perda de libido; dificuldade de receber ou transmitir afeto; aumento ou perda de apetite; uso de álcool e drogas (para tentar obter alívio);
No sono: dificuldade para dormir, acordar muito antes do despertador ou dormir demais;
No resto do corpo: aumento ou perda de peso; sensação de peso nos braços ou nas pernas; dores ou problemas digestivos sem causa aparente e/ou que não melhoram com tratamento; baixa imunidade.
Com informações do UOL