MORRE EX-MINISTRO DE LULA, EMBAIXADOR SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES


O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães morreu, nesta segunda-feira (29), aos 84 anos. A causa da morte não foi divulgada.

Natural do Rio de Janeiro, Guimarães foi ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos no segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


O presidente Lula comentou a morte do embaixador, dizendo que ele foi um dos mais importantes diplomatas de sua geração.

“Tive o prazer e a honra de conviver e trabalhar com Samuel nos meus dois primeiros mandatos como presidente da República e depois como ex-presidente. Nesse momento de despedida, meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos, alunos e colegas de Samuel Pinheiro Guimarães.”

Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Brasil (atual UFRJ), ele ingressou no Itamaraty em 1963.

Na carreira diplomática chegou a exercer a função de secretário-geral das Relações Exteriores por seis anos.

Também foi nomeado alto-representante Geral do Mercosul, tendo como funções a articulação política, formulação de propostas e representação das posições comuns do bloco.

Conhecido pelas opiniões contundentes, o embaixador foi um dos mais influentes personagens da diplomacia brasileira no século passado.

Essa postura também lhe rendeu percalços na vida pública. Durante o regime militar em 1965, foi exonerado da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) por resistir à interferência da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

No governo de João Figueiredo saiu da vice-presidência da Embrafilme em meio à crise gerada pelo filme “Pra Frente, Brasil” — uma crítica à tortura de presos políticos no Brasil.

Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, criticou publicamente a entrada do Brasil na Área de Livre-Comércio das Américas (Alca).

Como punição por suas declarações, segundo ele contou em livros, em abril de 2001 foi exonerado do cargo de diretor do Instituto de Pesquisas em Relações Internacionais (IPRI) do Itamaraty, que ocupava desde 1995.

Com informações da CNN