SETEMBRO VERDE: ESTADO TEM 1.000 PESSOAS NA FILA DE ESPERA POR ÓRGÃOS

Está em cena a campanha ‘Setembro Verde’, período do ano dedicado à conscientização para a importância da doação de órgãos. A missão é encorajar a população a considerar a doação como um gesto de solidariedade. Reunir a família para discutir a intenção de se tornar um doador é louvável.

Somente este ano, no Rio Grande do Norte, o sistema público de saúde já realizou aproximadamente 300 transplantes de órgãos. O número já é superior a todos os procedimentos realizados ao logo de todo o ano passado. Atualmente, o estado possui cerca de 1.000 pessoas na fila de espera por um órgão.

Segundo a Subcoordenadoria de Transplante de Órgãos da Secretaria de Estado da Saúde Pública, no período de janeiro a agosto, foram feitos 139 transplantes de córneas, 101 de medula óssea, 35 de rins e um transplante de coração, totalizando 276 procedimentos. Os dados são do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e estão sujeitos a alterações.

No que se refere à captação de órgãos para doação, a SESAP informou que foram feitas 24 captações de múltiplos órgãos e 64 captações de córneas.

“Embora o número de transplantes tenha crescido, nós precisamos aumentar o número de doações. Contamos com o apoio da população para que o assunto da doação de órgãos seja abordado dentro das famílias. No momento de luto e de dor, quando você recebe a notícia que um familiar faleceu e você já sabe que é da vontade dele ser um doador, isso torna o processo mais rápido e fácil. Ser um doador é transformar a dor em vida, o seu familiar vai estar vivo em outras pessoas”, destacou Rogéria Nunes, coordenadora da Central Estadual de Transplantes do RN.

Lista de Espera
 
No Rio Grande do Norte, a lista de espera para transplante, no final de agosto, era de:Transplante renal: 320 pacientes
Transplante de córneas: 601 pacientes
* Transplante de medula óssea: 15 pacientes
Transplante cardíaco: 01 paciente

Caminhada pela Vida
 
Em setembro é comemorado o Dia Nacional de Doação de Órgãos (27/09). E todos os anos a SESAP realiza a “Caminhada pela Vida”, um ato dentro das comemorações pelo “Setembro Verde”, que visa conscientizar e promover debates sobre a importância de a população declarar para a família a vontade de ser doador. Este ano, a caminhada acontece no dia 21 (sábado), a partir das 8h, com concentração na entrada do Hemonorte (Av. Alexandrino de Alencar, 1800 – Tirol).

Quero ser doador
 
Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o desejo. No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar. Há dois tipos de doador: o primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde.

O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão.

Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só serão doadores com autorização judicial.

O segundo tipo é o doador falecido. São pacientes com diagnóstico de morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Referência
 
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA.

“A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante”, diz o MS.
 
Órgãos e tecidos que mais são doados em todo o BrasilCórnea: Pacientes com lesões irreversíveis precisam receber uma nova córnea, que tem de ser retirada pouco tempo após a parada cardíaca do doador.
 
Coração: Deve ser retirado imediatamente após a morte.
 
Pulmões: Costumam ser retirados de pacientes com morte cerebral, mas, em alguns casos, é possível fazer a doação mesmo quando o coração deixa de bater.
 
Fígado: Quando o órgão não funciona, é necessário recorrer a um doador. A retirada deve ser feita logo após o cérebro deixar de funcionar.
 
Rins: Transplante geralmente feito entre pessoas da mesma família – a cirurgia consiste na retirada de apenas um dos rins. Quem sofre de insuficiência renal pode se candidatar a um transplante para se livrar de sessões de hemodiálise.
 
Medula: Só uma pequena parte da medula precisa ser retirada. Implantada em outro paciente, seu tecido se multiplica sozinho. O transplante pode ser feito em casos de câncer, doenças do sangue e do sistema imunológico.
 
Tecidos e cartilagens: Tecidos ósseos, como a cabeça do fêmur (osso da perna), podem ser transplantados.
 
Pâncreas: O órgão, responsável pela produção de substâncias essenciais ao organismo, como a insulina, é um dos mais transplantados.
 
Pele: Pode ser retirada para a realização de enxertos em pacientes que sofreram queimaduras graves, por exemplo.
 
Vasos sanguíneos: Pessoas que têm obstruções em veias e artérias podem receber vasos de um doador.