MANCHAS DE ÓLEO JÁ MATARAM 12 TARTARUGAS E UMA AVE NAS PRAIAS DO RN

As manchas de óleo que atingem a costa nordestina desde o mês de setembro já vitimaram 14 animais no litoral potiguar. Destes, 13 morreram. Entre a noite da quarta, 30, e manhã desta quinta-feira, 31, três tartarugas marinhas foram encontradas mortas nas praias de Santa Rita (Extremoz), Barra do Cunhaú (Canguaretama) e Baía Formosa, mas ainda serão realizados exames necroscópicos para se constatar se há relação com a poluição.
As informações foram confirmadas ao Agora RN pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN).
Entre os animais que morreram em razão do contato com o óleo, estão 12 tartarugas marinhas e uma ave da espécie bobo-pequeno (Puffinus puffinus), que foi encontrada com 25% do corpo oleado no Rio das Conchas, no município de Porto do Mangue.
O único animal afetado que escapou é uma tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), que foi resgatada na praia da Redinha, na Zona Norte de Natal, no dia 23 de setembro. “Foi feita a estabilização dela em Natal, depois foi encaminhada para o Centro de descontaminação de Fauna Oleada do PCCB-UERN, em Mossoró, e hoje ela está no Centro de Reabilitação do projeto, em Areia Branca”, explicou a professora Simone Almeida, que é da UERN e também faz parte do PCCB.
As última ocorrências confirmadas envolvendo animais oleados, ainda de acordo com a professora, foram registradas no domingo, na praia de Tabatinga, em Nísia Floresta, na Grande Natal, quando duas tartarugas marinhas foram encontradas mortas.
NOVAS MANCHAS
A Defesa Civil do Rio Grande do Norte encontrou neste fim de semana novas manchas de óleo em praias do litoral Sul potiguar. A poluição atingiu seis áreas entre os municípios de Parnamirim, Nísia Floresta e Tibau do Sul.
Pelo menos 43 pontos de manchas de óleo foram registrados no RN ao longo dos últimos 30 dias.
Segundo a Defesa Civil, a partir do boletim divulgado pelo Gabinete de Gestão Integrada (GGI) – criado para monitorar o desastre ambiental – os pontos mais críticos foram as praias de Búzios e Tabatinga, em Nísia Floresta. A Defesa Civil encontrou resíduos espalhados ao longo da beira-mar.
Também foram verificados vestígios de óleo na Praia do Amor e Praia do Giz (Tibau do Sul), Camurupim (Nísia Floresta) e Pirangi do Norte (Parnamirim).
ESTUDOS
Depois de 3 semanas de estudos, o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) anunciou nesta 4ª feira (30.out.2019) que detectou uma grande mancha de óleo, em formato meia lua, no sul da Bahia, que pode ser a origem do óleo que tem atingido praias do Nordeste.
A análise foi feita na última 2ª feira (28.out) por 1 satélite da Agência Espacial Europeia. É a 1ª vez desde o início do desastre ambiental que os cientistas conseguem observar o óleo no mar. Segundo os especialistas, pelo padrão da mancha, o óleo estaria vindo do fundo do oceano.