CNI-IBOPE: 28% DOS ELEITORES MUDARIAM VOTO PARA EVITAR VITÓRIA DE CANDIDATO QUE NÃO AGRADA
Cerca de três em cada dez eleitores mudariam de voto para
evitar que um candidato ganhe as eleições presidenciais de 2018. Segundo
a pesquisa
CNI-Ibope divulgada nesta quarta-feira (26), 28% dos brasileiros
avaliam como alta ou muito alta a probabilidade de mudar de voto até 7 de outubro
para que um candidato de quem não gostem vença a corrida pelo Palácio do
Planalto. Por outro lado, para 48% dos entrevistados, as chances de mudança de
voto pelo mesmo motivo são baixas ou muito baixas.
Quando perguntados se mudariam a escolha para votar no
candidato com maior chance de ganhar, apenas 16% se disseram dispostas a trocar
o voto. Os que afirmam, por sua vez, que a probabilidade de trocar o candidato
de preferência pela mesma razão é baixa ou muito baixa chegam a seis de cada
dez eleitores (60%). “Nota-se que são poucos os eleitores que praticariam voto
útil, o que pode ser explicado pelo fato de a maioria dos eleitores de
Bolsonaro e Haddad estarem bastante convictos com suas opções”, afirma Renato
da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional da
Indústria (CNI).
Os eleitores de Geraldo Alckmin (PSDB) e de Ciro Gomes (PDT)
são os mais propensos a mudar de voto para evitar que um candidato que não
gostam vença a eleição. Segundo a pesquisa, 36% dos eleitores do candidato
tucano consideram alta ou muito alta a probabilidade de mudança por esse
motivo, enquanto o percentual é de 35% para o pedetista. Em relação aos
eleitores de Fernando Haddad (PT), 31% declaram ser alta ou muito alta a chance
de troca, parcela que cai para 28% entre os eleitores de Marina Silva (Rede) e
para 22% entre os de Jair Bolsonaro (PSL).
INTENÇÃO DE VOTO – A menos de duas semanas das
eleições, Jair Bolsonaro e Fernando Haddad lideram o primeiro turno das
eleições presidenciais. Na pesquisa estimulada, em que uma lista de candidatos
é apresentada ao eleitor, o candidato pelo PSL aparece com 27% das intenções de
voto, enquanto o petista aparece em 21% das respostas. Com este resultado, os
dois candidatos seguiriam para a disputa do segundo turno, em 28 de outubro.
No terceiro lugar, o candidato Ciro Gomes teria 12% dos
votos. Ele é seguido, empatado no limite da margem de erro da pesquisa, por
Geraldo Alckmin, que acumula 8% dos votos declarados. Alckmin também está
tecnicamente empatado com Marina Silva, que tem 6% da preferência do eleitor,
na pesquisa estimulada. João Amoêdo (Novo) aparece com 3% das intenções de
voto, à frente de Álvaro Dias (Podemos) e de Henrique Meirelles (MDB), ambos
com 2%, e de Guilherme Boulos (PSOL), com 1%. Este quatro candidatos estão
tecnicamente empatados.
Os candidatos Cabo Daciolo (Patriota), Eymael (DC), Vera
(PSTU) e João Goulart Filho (PPL) não alcançaram 1% das citações nesta edição
da CNI-Ibope.
A pesquisa aponta para queda significativa na parcela de
votos brancos e nulos, em relação ao verificado em junho. Naquela edição da
CNI-Ibope, 33% dos entrevistados declararam o desejo de votar em branco ou
anular o voto, percentual três vezes superior ao verificado no mesmo mês, nas
últimas quatro eleições presidenciais. Na pesquisa atual, 11% dos eleitores
afirmam que seus votos serão brancos ou nulos, pouco acima dos 8% do apurado na
pesquisa de setembro de 2014.
PLEITO DEVE IR PARA 2º TURNO - Se a eleição fosse hoje,
nenhum candidato superaria o patamar de 50% dos votos válidos para selar
vitória no primeiro turno. A pesquisa mostra que, descontados os votos brancos
e nulos e a parcela que não soube ou não quis responder na pesquisa estimulada,
Jair Bolsonaro avançaria para o segundo turno, com 33% dos votos válidos. Seu
adversário seria Fernando Haddad, que conta com 25% dos votos válidos.
Para averiguar quem sairia vencedor em possíveis disputas, a
pesquisa CNI-Ibope simulou o segundo turno comparando a intenção de votos do
líder, Jair Bolsonaro, com os quatro candidatos mais bem posicionados, na
sequência. No cenário contra Fernando Haddad, o petista aparece com 42% das
intenções de voto, 4 p.p. à frente do deputado pelo PSL – no limite da margem
de erro. Geraldo Alckmin também lidera no limite da margem de erro, com 40% das
intenções de voto contra 36% do candidato do PSL. Contra Marina Silva, há
empate técnico, com 40% para o parlamentar e 38% para a candidata da Rede.
Ciro Gomes lidera o segundo turno contra Jair Bolsonaro com
nove pontos de vantagem: Ciro registra 44% das intenções de voto, contra 35% de
Bolsonaro.
PERCEPÇÃO SOBRE VENCEDOR – A pesquisa CNI-Ibope também
perguntou aos eleitores que candidato acreditam ser o provável vencedor das
eleições presidenciais de 2018. Para 44% dos entrevistados, o próximo
presidente será Jair Bolsonaro, seguido por Fernando Haddad, citado por 20% dos
eleitores como próximo ocupante do Palácio do Planalto. Ciro Gomes é o terceiro
mais citado (8%), e Geraldo Alckmin (7%) aparece na quarta posição. Dezesseis
por cento não sabem / não responderam a pergunta.
Esta edição da pesquisa CNI-Ibope ouviu 2 mil pessoas em 126
municípios, entre 22 e 24 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de 2
pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. O
levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número
BR-04669/2018.