POR QUE JURISTAS AVALIAM SER IMPROVÁVEL QUE LULA SEJA PERDOADO E SOLTO PELO PRÓXIMO PRESIDENTE
Mesmo preso em Curitiba desde abril, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva desempenha papel central na corrida eleitoral.
Nos últimos dias, diante do crescimento nas pesquisas de Fernando
Haddad, seu substituto como candidato do PT ao Planalto, aumentaram as
especulações sobre a possibilidade de Lula deixar a prisão por uma decisão
individual do próximo presidente da República. Isso seria possível?
A Constituição Federal, de fato, garante ao presidente o
poder de conceder a graça (perdão) a diversos crimes, inclusive corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, delitos pelos quais Lula está condenado.
Isso significa que o petista poderia, ao menos em tese, ser
perdoado pelo próximo
presidente. Juristas ouvidos pela BBC News Brasil, no entanto, consideram
muito improvável que isso aconteça.
Eles veem dois obstáculos importantes.
Por um lado, há o enorme custo político que uma decisão
desse tipo teria – um perdão a Lula poderia provocar grandes protestos de rua,
gerando forte instabilidade para o próximo governo.Por outro, o fato de os ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) Luiz Roberto Barroso e Cármen Lúcia terem suspendido no início
desse ano o último indulto natalino (perdão coletivo a diversos presos)
concedido pelo presidente Michel Temer cria um precedente para que eventual
decisão a favor do petista também seja barrada.
"O próximo presidente assumirá o país em uma situação
muito difícil. Teria que ser muito louco para tomar uma atitude impopular como
essa no início do mandato", acredita Rafael Mafei, professor de Direito da
Universidade de São Paulo (USP).
CLICK AQUI