PUBLICITÁRIA LARGA EMPREGO CHATO POR SEU NEGÓCIO DOS SONHOS: BABÁ DE GATOS
Passar manhãs, tardes e noites ao lado de gatinhos parece
um hobby para solteirões e solteironas – mas, para Amanda Santos, o
hábito virou negócio.
A empreendedora aproveitou
bem o fato de os donos dos mais de 130 milhões de animais de estimação no Brasil estarem
mais exigentes na hora de cuidar de seu bichinho, unindo a demanda à sua
experiência com gatos e ao poder de viralização da rede social Instagram.
A mistura desses fatores originou a Cattitude, um serviço
de cat sitter, ou babá de gatos. O caso de Santos mostra que, sim,
influenciadores podem ganhar dinheiro com a estratégia certa:
ela já consegue viver apenas da Cattitude, sem planos de voltar para sua
carreira original.
De publicitária a babá de gatos
Santos conciliava seu trabalho em uma agência publicitária
com o resgate de gatos abandonados, sendo voluntária de uma ONG desde 2011.
Colegas da publicitária sabiam de sua paixão por gatos e a procuravam antes de
viagens para cuidar dos pets que não poderiam acompanhá-los no passeio.
Ela ficava com os gatos por hobby – mas sua desmotivação com
a carreira de publicitária lhe rendeu uma demissão na véspera de Natal e a
decisão por fazer um teste de mercado. Na virada de 2017 para 2018, Santos
encarou como profissão o cuidado com os pets e conseguiu mais de 30 clientes
pagantes, que viajariam e não tinham quem cuidasse de seus gatos. Esse
experimento se tornaria o Cattitude.
Santos realiza uma pré-visita na residência do interessado,
para preencher dados cadastrais e se familiarizar com o pet. No dia
agendado, ela vai até a casa do proprietário e toma conta de seu gatinho:
brincar, trocar a areia, dar comida e água, cortar a unhas e, se necessário,
fazer procedimentos de primeiros socorros. Ter feito um intensivo de dois meses
e meio de auxiliar veterinária há alguns anos, quando ainda era apenas
voluntária da ONG que resgata gatos abandonados, foi fundamental para que o
Cattitude ganhasse mais credibilidade, conta Santos.
A empreendedora cobra de 70 a 85 reais por hora, a depender
da localização do cliente. Durante viagens, há tanto clientes que contratam
visitas todos os dias quanto dias alternados, já que gatos não precisam de
atenção constante. Esse serviço de sitter faz mais sentido para gatos
do que para cachorros, já que eles são “territorialistas” e “odeiam sair de
casa”, explica Santos, que também atende alguns cães e os leva para passear.
A Cattitude realiza de três a quatro visitas nos dias de
semana, menos movimentados. Nos finais de semana, faz por volta de cinco
visitas. Já em feriados, os dias mais disputados, o negócio chega a realizar
oito visitas no dia. Em um mês, Santos fatura de cinco a seis mil reais – e consegue
sobreviver apenas de seu antigo hobby. Ela não pretende voltar ao mercado de
publicidade.
Estratégia de expansão
Santos diz que o primeiro salto para a Cattitude veio de
forma orgânica: ela conhecia Amanda Nori e Stéfany Guimarães, as empreendedoras
por trás da página de sucesso Cansei de Ser Gato. Ao cuidar do gatinho Chico,
que possui quase 1,2 milhão de curtidas no Facebook e 364 mil seguidores no
Instagram, o Cattitude cresceu pelo boca a boca virtual. Santos já cuidou pets
de influenciadoras como JoutJout e Kéfera.