DELEGADO É ACUSADO DE TENTAR ARMAR FALSO FLAGRANTE CONTRA PREFEITO DO RIO DE JANEIRO
A reportagem mostrou que, em 23 de novembro de 2020, às vésperas do segundo turno, Demétrio, por intermédio do advogado Thalles Wildhagen Camargo, fez chegar ao conhecimento do delegado da Polícia Federal Victor Cesar Carvalho dos Santos a notícia de que, no dia seguinte, um portador entregaria a Paes dinheiro de origem desconhecida. Nas mensagens, Demétrio mandou uma foto do suposto envelope que seria entregue, com notas de R$ 50 e R$ 100. Os promotores descobriram que foi o próprio delegado que tirou a foto de um dos seus 12 celulares. Em depoimento, Santos diz que desistiu da operação ao saber quem era a fonte. Procurado, Paes preferiu nada comentar.
Em junho de 2021, foi deflagrada a operação Carta de Corso1, que permitiu desvendar a organização criminosa chefiada por Demétrio. Ele foi acusado de comandar um esquema que exigia propina de lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, para permitir a venda de roupas falsificadas. Na ocasião, foram apreendidos na casa do delegado R$ 240 mil em dinheiro, 13 celulares e três carros de luxo blindados.
Por meio do conteúdo dos celulares apreendidos e das buscas e apreensões, os promotores descobriram outras tentativas de extorsão e chantagens que teriam sido cometidas pela quadrilha. Na nova fase, constataram que Demétrio, utilizando-se de policiais, inclusive Adriano da Rosa, preso esta semana, fazia uso abusivo dos sistemas de consulta da Polícia Civil. Entre as vítimas, segundo a reportagem, estão o ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio Luiz Zveiter e sua mulher, Gabriela Brito Zveiter, assim como Glauco Costa Santana, filho da promotora Gláucia Santana.
Zveiter e Gláucia não quiseram comentar o caso. Em nota, o advogado de Demétrio, disse ao “Fantástico” que o delegado nunca foi chamado pelo MPRJ para esclarecer quaisquer fatos. A defesa de Adriano não foi localizada.
Fonte: IG