ELEITORES DA PERIFERIA ABANDONAM BOLSONARO E PASSAM A APOIAR LULA


O jornalista Bernardo Mello usou dados da pesquisa Ipec, divulgada na semana passada, para mostrar que os eleitores de menor remuneração, com renda familiar mensal que vai até um salário mínimo, estão migrando do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o ex-presidente Lula (PT) na eleição presidencial de 2022.

Entre aqueles que moram em municípios nas periferias de grandes centros urbanos, o cenário é o mesmo. “Entre os que declararam ter votado em Bolsonaro em 2018, segundo o Ipec, 45% apontam intenção de repetir o voto. Já os outros 55% indicam outras opções, inclusive a hipótese de votar branco ou nulo”, afirma Bernardo no jornal O Globo.

A pesquisa Ipec foi realizada entre os dias 9 e 13 de dezembro e indica que 22% dos eleitores de Bolsonaro trocariam o ex-capitão por Lula.

Entre os mais pobres, esse percentual sobe para 32%. Já entre moradores da periferia, incluindo habitantes de cidades da Baixada Fluminense e da Grande São Paulo, o número é ainda maior: 37%.
Gráfico mostra migração de Bolsonaro para Lula entre eleitores pobres e da periferia.
Foto: Reprodução / O Globo

O retorno do PT

Bernardo Mello conversou com o diretor do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop), da Unicamp, Oswaldo Amaral, sobre a pesquisa. Ele avaliou que os números indicam a volta do eleitorado que se distanciou do PT na última eleição presidencial.

“Em 2018, o PT perdeu votação expressiva nas periferias de grandes cidades, em um contexto de problemas econômicos do governo Dilma, casos de corrupção e alta do antipetismo. Depois de três anos de governo Bolsonaro, parece haver uma avaliação de que a situação atual é pior, especialmente em termos de renda e desemprego”, disse.

PT é disparado o partido preferido dos brasileiros, diz Datafolha

O PT é o partido predileto dos eleitores brasileiros, segundo informações de pesquisa do Datafolha. O ex-presidente Lula aparece em primeiro no último levantamento do instituto. O petista tem chances grandes de vencer a corrida eleitoral no primeiro turno.

A sigla presidida por Gleisi Hoffmann tem 28% da preferência da população que vive no Brasil. A agremiação cresceu 5% em relação ao relatório anterior, ficando muito à frente dos concorrentes.

O MDB e o PSDB aparecem na segunda colocação com 2% cada. O PL, legenda de Bolsonaro, teve apenas 1%. Não sabem, possuem outras preferências ou não simpatiza com nenhum partido representam 65% dos entrevistados. Isso representa uma queda de 7% em comparação com a pesquisa passada.

O Datafolha fez o levantamento entre os dias 13 e 16 de dezembro deste ano. Ao todo, o instituto entrevistou 3.666 pessoas.