PESQUISA REVELA QUE MENOS JOVENS TÊM INTERESSE EM REGISTRAR TÍTULO DE ELEITOR
Entre os dias 14 e 18 de março, na Semana do Jovem Eleitor, aconteceu a campanha #RolêDasEleições com a finalidade de incentivar pessoas com 16 e 17 anos a registrar o título de eleitor.
Até o dia 4 de maio é preciso que os eleitores regularizem a situação no cartório eleitoral.
No caso dos jovens, é necessário tirar o título antes, mas o engajamento das pessoas dessa faixa etária foi o mais baixo da história.
Segundo análise do Observatório do Nordeste para Análise Sociodemográfica (ONAS), do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais (DDCA) da UFRN, foram percebidas modificações na estrutura etária no Brasil, incluindo o Rio Grande do Norte, revelando a diminuição na quantidade de jovens no país.
Chamada de transição demográfica, esse processo acontece a partir do momento em que ocorre uma baixa nas taxas de mortalidade, seguida pela queda nas de natalidade.
“Além disso, o Brasil se encontra numa etapa de queda acentuada da natalidade”, completa o professor Ricardo Ojima, responsável pela pesquisa.
Uma das consequências disso é o estreitamento da base da pirâmide, ou seja, a faixa etária mais jovem foi afetada e diminuiu ao longo dos anos.
A divulgação dos gráficos da pirâmide etária do Rio Grande do Norte em 1970, em comparação com a de 2010, expõe que houve uma menor participação infantil, isto é, a queda das taxas de natalidade no estado ocorre a mais de uma década.
Na pesquisa, é possível expor ainda que, desde 2010, houve uma maior participação feminina nas eleições.Pirâmide Etária da População do Rio Grande do Norte, 1970 e 2010. Fonte: Censos Demográficos 1970 e 2010.
Por fim, as projeções mais recentes apontam para que esse grupo de jovens seja hoje de cerca de 108 mil pessoas.
Com o crescimento da distância entre as curvas observadas no gráfico da pesquisa é possível analisar que a realização de registros eleitorais caiu entre 2000 e 2022. Enquanto em 2000 o volume chegou a 77,7 mil, em 2022 a queda foi para somente 15,7 mil registros.
O professor afirma ainda que a redução da quantidade de pessoas da faixa etária resultante do processo da transição demográfica não explica por completo a queda nos registros eleitorais de jovens.
Sendo a menor participação na história do estado, somente 13% dos jovens de sexo masculino e 16% do feminino mostraram interesse em realizar o registro do título eleitoral.
Em 1991, no momento após a consolidação do voto facultativo para as pessoas de 16 e 17 anos, foi observada a participação de adolescentes por volta de 70% no RN.
Apesar de pouco notável, o dado é um sinal do futuro da participação e abstenção política dos potiguares. Como visto no primeiro turno de 2018, por volta de 17,1% de pessoas aptas deixaram de votar. Em 2020, o número subiu para 17,5%.
O demógrafo alerta que mesmo com o incentivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há cada vez menos a participação dos jovens nas decisões políticas, com explicações que podem ir de falta de interesse a protesto, envolvendo contextos educacionais, sociais e até econômicos.
Deu no Portal da UFRN