Pré-sal não deve ameaçar produção de petróleo no RN

"Se o Governo do Estado mantiver as parcerias para atrair as empresas de petróleo e os órgãos do Meio Ambiente evitarem as dificuldades históricas no processo de licenciamento ambiental, e conseguirmos diminuir os custos de produção que ainda são muito altos quando comparados a outros estados, os investimentos na produção de petróleo no Rio Grande do Norte não estarão ameaçados com o Pré-Sal", a avaliação é de Joelson Falcão Mendes, que apresentou ontem, em entrevista coletiva, o seu sucessor à frente da unidade de Operações de Exploração e Produção da Petrobras no RN e CE, Luiz Ferradans Mato. Joelson Falcão assumirá agora a gerência de exploração e produção da Unidade da Bacia de Campos, uma das mais ativas do país. Outro que sai do RN é Francisco Queiroz que deixa o Ativo de Produção de Mossoró e assume a gerência geral da Bacia do Amazonas.

Para Joelson Mendes, havendo as condições necessárias à produção, o pré-sal não causa medo ao Rio Grande do Norte, porque continuará sendo lucrativo para a Petrobras. Ele disse que hoje o relacionamento do poder público com Petrobras anda produtivo, mas existe um histórico de dificuldades principalmente com órgãos de meio ambiente que muitas vezes dificultam a atuação da empresa. Da mesma forma, Luis Ferradans adianta que a Petrobras é uma empresa como outra qualquer e que precisa de condições para trabalhar, cabendo ao poder público continuar oferecendo facilidades a esses investimentos.

"Apesar de tudo o que representa o Pré-sal, enquanto a atividade for viável e econômica [exploração no RN], permanecerá no estado. Afinal, o volume de petróleo que tem sido descoberto em mar tem sido muito atraente em relação à produção em terra. Por isso, precisamos investir com força, mantendo os campos do Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Alagoas, Bahia e Espírito Santo para que a produção não caia", disse Ferradans, ressaltando que a Petrobras tem se preocupado em ampliar a produção nas áreas terrestres com o uso dos recursostecnológicos para se melhorar as jazidas, como a injeção de água e vapor.

Já o ex-diretor do ativo de Mossoró, Francisco Queiroz, reconhece que nos últimos dois anos e meio ocorre um debate frequente de que a Petrobras estaria diminuindo as atividades no município em função do Pré-sal. Mas, para ele, o medo não procede, bastando para isso citar os investimentos da empresa no Campo do Amaro que são da ordem de U$ 700 milhões, numa obra que emprega mais de 7 mil pessoas. "Os investimentos têm um período de duração de 20 anos, o que mostra que vamos permanecer no RN durante muitos e muitos anos".

De acordo com Joelson Mendes, o RN vive um momento importante, conseguindo manter os investimentos na ordem de grandeza de R$ 1,8 bilhão por ano em exploração e produção, equivalente a um bilhão de dólares, o que tem garantido ao RN uma produção muito significativa no cenário nacional. Além disso, levando em consideração que a unidade potiguar é de exploração e produção, a Petrobras busca sempre novas fronteiras petrolíferas. Nos últimos anos, a empresa fez descobertas robustas no mar, em todo o Brasil e, inclusive na margem equatorial que inclui o RN.

Entre os estados do RN e Ceará, a empresa vai explorar oito jazidas em águas profundas, que está dependendo principalmente das licenças ambientais porque o navio sonda já está contratado. "A expectativa é de que haja um processo exploratório mais forte gerando descobertas significativas na costa".