CARTA ABERTA À POPULAÇÃO E À GESTÃO MUNICIPAL
Foram 12 anos de trabalho no município, sendo 10 deles dedicados à Educação, com contribuição efetiva, constante busca por formação e especializações. Sempre atuei com amor, compromisso e responsabilidade. Acompanhei de perto a implementação da BNCC em 2017 e tenho pleno domínio das diretrizes e práticas da Educação Infantil.
Apesar de toda essa trajetória, fui desclassificada em um processo seletivo marcado por irregularidades e favorecimentos, conduzido por um grupo despreparado e perseguidor. A entrevista que resultou na minha eliminação foi conduzida por uma professora de História — profissional fora da área de competência exigida para avaliar profissionais da Educação Infantil. Um completo desrespeito com a seriedade que um processo como esse exige.
O mais humilhante foi a forma como fui desligada: no sábado, recebi uma ligação da direção da unidade onde trabalhava, simplesmente informando que eu não fazia mais parte do quadro. Nenhuma justificativa, nenhuma explicação. Na sexta-feira anterior, eu havia trabalhado normalmente, exercendo minha função como de costume. Após 10 anos de dedicação, experiência e qualificação, ser descartada dessa forma foi profundamente desrespeitoso e doloroso.
Para completar, testemunhei a aprovação de pessoas ligadas a grupos de amizade e conveniência, mesmo sem a qualificação necessária — o que torna ainda mais evidente o favorecimento no processo seletivo.
Votei na prefeita, acreditei no projeto, defendi e dei a cara a tapa. E foi assim que fui retribuída: com descaso, humilhação e injustiça.
Faço essa carta não apenas como um desabafo pessoal, mas como um alerta público sobre a falta de critérios, de respeito com os profissionais e de compromisso com a qualidade da educação em nosso município. A valorização do servidor começa pelo respeito à sua história, competência e dignidade.
Mistefânia Rodrigues
Pedagoga, Educadora, cidadã e profissional da Educação Infantil.