PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS CRESCE NO RN, MAS QUEDA NOS PREÇOS REDUZ ARRECADAÇÃO DO ESTADO
A produção de petróleo em terra no Rio Grande do Norte voltou a ganhar fôlego no terceiro trimestre de 2025. Saiu de 2,61 milhões para 2,71 milhões de barris, um acréscimo de quase 99 mil barris, crescimento de 3,8%. O gás natural avançou ainda mais rápido: passou de 93,89 milhões para 100,85 milhões de metros cúbicos, alta de 7,4%. Os dados constam no Boletim de Petróleo e Gás do RN, divulgado nesta segunda-feira (29) pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação.
Na comparação com o mesmo período de 2024, o estado também fechou o trimestre em terreno positivo. A produção de petróleo cresceu 1,6% e a de gás natural 7,69%, indicando uma retomada gradual da atividade onshore, marcada por maior estabilidade operacional e expansão simultânea dos dois recursos.
Hoje, sete produtoras independentes operam em terra no RN. A Brava Energia, antiga 3R Petroleum, lidera com 68% da produção total de petróleo. Na sequência aparecem PetroRecôncavo, Mandacaru Energia, Níon Energia, Petrosynergy, Phoenix Óleo & Gás e Petro-Victory.
Entre julho e setembro, a produção média diária chegou a 29,46 mil barris de petróleo e 1,09 milhão de metros cúbicos de gás natural. O Campo de Canto do Amaro seguiu como principal polo produtor, superando 600 mil barris no trimestre, à frente de Estreito e Salina Cristal. No gás, o destaque foi o Campo de Lorena, com mais de 20 milhões de metros cúbicos, seguido por Livramento, Brejinho e Boa Esperança.
No mar, o cenário foi diferente. A produção marítima de petróleo caiu 21,37% em relação ao terceiro trimestre de 2024, uma redução de 53,4 mil barris. O gás natural, porém, avançou 9,74%, com acréscimo de 1,22 milhão de metros cúbicos. A leitura do boletim aponta para um movimento de transição: declínio natural de campos maduros de petróleo e maior valorização do gás como vetor energético.
Apesar do aumento da produção, a arrecadação estadual de royalties recuou. O RN recebeu R$58,27 milhões no trimestre, queda de 10,27% na comparação anual. A redução está ligada a preços de referência menos favoráveis, ao maior peso do gás, que tem valor unitário inferior ao do petróleo, e à expansão da produção em campos maduros, que operam com alíquotas menores. Também pesou a redistribuição dos royalties do gás, que tende a beneficiar mais os municípios do que o governo estadual.
Os municípios potiguares, por sua vez, receberam R$107,79 milhões em royalties no período. Apenas 20 cidades concentraram cerca de 96% desse total. Grossos liderou o ranking, com R$17,97 milhões, seguido por Tibau, Serra do Mel, Alto do Rodrigues, Mossoró e Felipe Guerra.
Somando Estado e municípios, a distribuição de royalties de petróleo e gás no RN chegou a R$159,06 milhões no terceiro trimestre de 2025, crescimento de 7,75% em relação ao mesmo período do ano passado. No recorte municipal, os repasses alcançaram R$100,79 milhões, alta expressiva de 21,9%, reforçando o peso da atividade petrolífera nas finanças locais, mesmo em um cenário de preços menos favoráveis.
