CIDADE DO RN COM 55% DA POPULAÇÃO DEPENDENTE DO BOLSA FAMÍLIA CRIA AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO DE R$ 1.800 PARA VEREADORES

Foto Arquivo

A Lei Municipal nº 1.174/2025, sancionada nesta segunda-feira pelo prefeito de Jucurutu Iogo Queiroz (PSDB), tornou-se o centro de uma polêmica sobre a gestão do dinheiro público na cidade.


Além da disparidade de valores já revelada, um novo fator choca a opinião pública: o valor do auxílio-alimentação de R$ 1.800 será pago a vereadores que possuem uma carga de trabalho oficial de apenas uma sessão ordinária por semana.

Atualmente, o subsídio (salário) bruto de um vereador em Jucurutu é de R$ 9.500,00. Com a adição do novo auxílio-alimentação de R$ 1.800,00, o valor total bruto destinado a cada parlamentar chegará a R$ 11.300,00.

Considerando que a Câmara Municipal de Jucurutu realiza tradicionalmente quatro sessões mensais, o cálculo do novo benefício revela números impressionantes. Cada vez que um vereador comparecer ao plenário, ele terá direito a uma cota de R$ 450,00 apenas para sua alimentação naquele dia.

Esse valor diário é quase o dobro do que muitos trabalhadores do município recebem por uma semana inteira de trabalho pesado.

O Raio-X da Pobreza

O contraste se torna ainda mais grave ao cruzar os dados da Câmara com os do IBGE e do Ministério do Desenvolvimento Social. Com uma população estimada em cerca de 18 mil habitantes, a dependência de programas sociais na cidade é alarmante:Dependência Social: Aproximadamente 55% das famílias de Jucurutu dependem diretamente do Bolsa Família para não passarem fome.
A Renda do Povo: Enquanto um vereador embolsa R$ 11.300,00 (salário + auxílio) para atuar em 4 sessões, mais da metade da população vive com benefícios que mal chegam a R$ 700,00 mensais para cobrir 30 dias de sobrevivência.
Abismo Financeiro: O que um vereador recebe para se alimentar em uma única sessão (R$ 450) é o equivalente a quase 70% do que uma família pobre da cidade recebe para sustentar todos os seus membros durante o mês inteiro.

Comparativo de Ganhos e Esforço

Blindagem de Privilégios

Diferente dos 3.000 lares que precisam cumprir rigorosas regras de saúde e educação para manter o Bolsa Família, o auxílio dos parlamentares é de natureza indenizatória. Isso significa que o dinheiro cai na conta sem descontos, sem necessidade de apresentar notas fiscais de restaurantes e sem incidência de Imposto de Renda.

A lei, que entra em vigor em 2 de fevereiro de 2026, consolida um cenário onde a elite política de Jucurutu mantém um padrão de vida de metrópole, enquanto mais da metade dos cidadãos que representam dependem de auxílios do Governo Federal para garantir o prato de comida que a Câmara agora paga com folga aos seus parlamentares. 
 
A informação é do Blog do Barreto