É NOTÍCIA EM TODO VALE DO ASSÚ GÊMEAS SIAMESAS FORAM RECEBIDAS COM FESTA EM ALTO DO RODRIGUES

Durante a recepcção o pastor Carlos Moura da Igreja Batista, trouxe uma mensagem de fé e esperança, e em seguida reuniu toda família em oração de agradecimento pelo milágre divino. |
Kátia Cunha da
Costa precisou de toda a valentia da mulher sertaneja para enfrentar o
que viria pela frente em sua segunda gravidez.“Quando estava grávida o médico falou que era gestação gemelar e que elas eram grudadas. Eu fiquei assustada”, lembra a mãe das meninas.
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Berg, o pai das crianças. |
No dia do parto
outro susto: a maternidade onde ela fez o pré-natal foi interditada por
causa de uma bactéria. Um médico desconhecido fez o parto, “Ele
ficou aperreado porque era uma gravidez de risco. Porque eram gêmeas e
eram coladas. Ele não estava me acompanhando e, assim, foi às pressas”, conta.
e sobreviveram
ao parto, escaparam da estatística de mais de 80% de mortalidade entre
gêmeas que nascem coladas. Kátia precisou de ajuda.
“Tudo era difícil. Para dar banho, porque uma estava dormindo, a outra estava acordada. Era difícil”, diz Maria da Cunha, tia das gêmeas.
Em 20 anos de cirurgia para separação o médico não tinha visto nada igual.
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Familiares e amigos fizeram fila pra tirar fotos com as meninas. |
“Foi o primeiro
que foram crianças que são unidas pela parte posterior, que tem o nome
de pigopadas. Estava unida toda a parte da coluna sacral e também alguns
órgãos pélvicos”, explica Uenis Tannuri, médico do Instituto do Coração
do HC-SP.
O exame mostra
que além do sistema reprodutivo, dos órgãos genitais, o final da coluna e
da medula estava unido também. Essa seria a parte mais delicada da
cirurgia que trouxe as irmãs do Rio Grande Norte para São Paulo aos 7
meses de vida.
Os momentos
mais difíceis dessa longa espera aconteceram no centro cirúrgico do
Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. Uma equipe
de vários profissionais, 15 médicos de especialidades diferentes se uniu
para separar as irmãs. A cirurgia demorou 10 horas. Começou em uma sala
apenas e terminou em duas.
“Eu fiquei muito emocionada. O coração foi a mil”, comemora a mãe.
E hoje o
momento tão esperado, hora de curtir verdadeiramente em dobro pequenos
detalhes, como vestir uma calcinha de rendinha em cada uma. Fazer as
malas e ganhar o que Kátia mais queria para cada uma de suas filhas.
“Uma sensação de estar livre”, diz a mãe.
( Luciano Seixas)