MANDETTA DIZ QUE PAULO GUEDES ESTÁ CONFUSO: “TESES INFUNDADAS”


O ex-ministro da Saúde
Luiz Henrique Mandetta reagiu aos comentários feitos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta sexta-feira (25/6). Segundo Guedes, o governo federal apostou na imunidade de rebanho por causa de ideia sugerida pelo ex-ministro.

A declaração do ministro da Economia ocorreu em audiência na Comissão Externa da Covid-19 no Senado.

De acordo com Mandetta, Guedes está “confuso”. O ex-ministro declarou que jamais defendeu “teses infundadas”, como imunidade de rebanho ou isolamento vertical.

“A respeito de recente declaração do Ministro da Economia Paulo Guedes, afirmo que ele está confuso. Jamais defendi imunidade de rebanho ou isolamento vertical. Conforme vem sendo cabalmente demonstrado, essas teses infundadas, assim como a aposta em cloroquina, sempre foram defendidas pelo presidente da República e por seu gabinete paralelo de aconselhamento. O que eu defendi desde o primeiro momento foi o distanciamento social, para que pudéssemos ganhar tempo e preparar o sistema de saúde nacional, evitando que ele entrasse em colapso. Todas as minhas decisões e orientações no enfrentamento da pandemia foram baseadas nos consensos da comunidade científica internacional”, respondeu Mandetta.

Na audiência, Guedes apontou que Mandetta teria dado o tom das políticas inicialmente adotadas pelo governo durante a pandemia.

“O primeiro ministro da Saúde que tivemos popularizou dentro do governo a teoria [da imunidade de rebanho], que foi exposta para nós e nós acreditamos. E vimos acontecer. Ele estava certo. Ele falou março, abril e maio ela [a curva de contágio da Covid-19] sobe forte, então, temos que fazer distanciamento social, porque, com distanciamento, ela não sobe verticalmente, sobe devagar e dará tempo de criar a imunidade de rebanho aos poucos. Porque se pegar em todo mundo ao mesmo tempo explode a capacidade hospitalar”, disse Guedes.

“Não se falou em barreira sanitária, testagem em massa, vacinas, nada. A ideia foi vamos aos poucos porque, se for todo mundo ao mesmo tempo, explode a capacidade hospitalar”, acrescentou.