REI PELÉ JOGOU TRÊS VEZES NO RN E PAROU NATAL; MORTE DO ATLETA DO SÉCULO COMOVE O MUNDO


Morreu nesta quinta-feira o Rei do Futebol, Pelé, aos 82 anos. O ídolo do Santos e da Seleção Brasileira, três vezes campeão do mundo, estava internado desde 29 de novembro no hospital Albert Einstein, em São Paulo. A causa da morte foi em decorrência de falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão do câncer de cólon, segundo o hospital.

Ao longo das décadas em que atuou profissionalmente, Edson Arantes do Nascimento marcou época dentro e fora de campo. No Rio Grande do Norte, o Rei chegou a disputar partidas em três oportunidades. Contra o América, foram duas partidas; contra o ABC, uma. Em todas, saiu vitorioso e deixou sua marca nas redes.

A primeira partida em solo potiguar foi em 12 de dezembro de 1971. Naquela oportunidade, em amistoso disputado no Estádio Juvenal Lamartine, o Santos bateu o América-RN por 2 a 1. Os gols do clube paulista foram anotados por Pelé e Edu, enquanto Amorim descontou para o Alvirrubro.

No ano seguinte, em 29 de novembro de 1972, foi a vez do Santos derrotar o ABC por 2 a 0 em partida do Campeonato Brasileiro. O local do confronto foi o Castelão, antigo nome do Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, o Machadão, demolido em 2011. Novamente, os gols foram de Pelé e Edu.

A última partida do Rei em Natal aconteceu em 1973, no dia 26 de setembro daquele ano quando, novamente pelo Brasileirão, o Santos aplicou uma goleada de 6 a 1 sobre o América, com direito a hat-trick (três gols na mesma partida) de Pelé, além de anotações na rede de Mazinho, Euzébio e Hermes. Santa Cruz descontou para o América.

Nos campos, Pelé enfrentou Marinho Chagas e Alberi, ídolos potiguares


Duelo entre Santos de Pelé e ABC de Alberi em 1972 | Foto: Ribamar Cavalcante/Acervo pessoal

No confronto entre ABC e Santos em 1972, o atacante Alberi teve a missão de enfrentar o maior de todos os tempos. Cerca de 50 mil pessoas foram ao antigo Castelão e presenciaram o show do Rei. Alberi morreu em 28 de outubro deste ano em Natal, aos 77 anos. Em uma entrevista ainda em vida ao Globo Esporte RN, o futebolista relembrou o confronto contra Pelé.

“Esse dia aí foi um espetáculo maravilhoso que aconteceu no Rio Grande do Norte, que foi o que colocou mais público dentro do Castelão, na época. Mais de 50 mil pessoas. Pelé é um cara fora de série. Um cara que nunca viu o Pelé jogar me pergunta se ele jogava mesmo. É brincadeira!”, disse ao site.

A ingrata missão de marcar o Rei ficou com Edson, ex-zagueiro do ABC. Também em entrevista ao GE-RN, ele relembrou aquele dia:

“Eu respeitei Pelé em uma jogada, em uma dividida com ele. Eu fiquei com medo de machucá-lo. Imagina eu lesionar o Rei? Eu ia ficar com um peso na consciência”, afirmou.

“Quando vi Pelé em campo quase chorei”, disse Marinho Chagas

“Vamos ter cuidado com o galego. Dizem que é craque. E doido”, alertou Pelé aos companheiros do Santos em 1972. A passagem é relatada em matéria da Revista Trip, de 2010. O “craque” e “doido” era Marinho Chagas, lateral natalense que faleceu em 2014, não sem antes ter deixado sua história nos campos potiguares e na Copa do Mundo.

Chagas disputou o torneio mundial em 1974, este sem a presença de Pelé. Entretanto, foi rival do ídolo do Santos enquanto jogava pelo Botafogo. O jogo em que Pelé fez alerta ao time do Santos foi na estreia de Marinho como titular na primeira rodada do Brasileirão de 1972, justamente contra o Santos de Pelé. A partida terminou em 1×1, com direito a um “chapéu” do potiguar contra o mineiro de Três Corações, que reclamou.

“No fim da partida, ele [Pelé] veio até mim, apertou minha mão e disse: ‘vê se me respeita, não vem com essa história de chapéu de novo, não, hein?’. Mandei ele tomar no c… e saí rindo”, disse o futebolista do RN à revista.

Entretanto, Marinho não deixou de comentar o que sentiu ao pisar no mesmo campo que Edson Arantes do Nascimento:

“Quando vi Pelé em campo quase chorei”, cravou.

“Genialidade”, descreve governadora Fátima sobre Pelé

A governadora Fátima Bezerra (PT) está em Mossoró, onde inaugura o Hospital da Mulher. Nas redes sociais, ela lamentou a despedida do Rei e destacou sua “genialidade”.

“O Brasil e o mundo perdem um dos seus maiores ídolos, não apenas pelo seu futebol, mas também pelo seu legado e por tantas alegrias que proporcionou aos brasileiros e brasileiras”, afirmou a governadora.

“Com sua genialidade, Pelé não à toa se tornou o nosso rei. E juntamente com Garrincha, eles encantaram milhões de fãs pelo Brasil e o mundo a fora. A sua história permanecerá eternamente viva e nos inspirando diariamente a vencermos! Deixo aqui o meu abraço afetuoso a toda família, filhos e filhas e os milhões de fãs espalhados por todo planeta”, pontuou.