Goleiro Bruno trabalha na limpeza e recebe salário em penitenciária


O goleiro Bruno Fernandes, acusado de participação no desaparecimento e morte da ex-amante Eliza Samudio, está trabalhando na limpeza do pavilhão onde está preso há 1 ano e 4 meses na Penitenciária Nelson Hungira, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), segundo o cadastro de trabalho do Sistema de Informações Penitenciárias (Infopen), Bruno está nesta atividade desde julho deste ano e recebe mensalmente três quartos do salário mínimo, R$ 408, conforme determina a Lei de Execuções Penais (LEP). Segundo a Seds, o goleiro foi selecionado pela Comissão Técnica de Classificação (CTC) da Nelson Hungria, uma equipe multiprofissional de avaliação, composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, pedagogos, dentistas, gerentes de produção e diretores. Antes da avaliação para trabalho, o detento precisa manifestar desejo em cumprir a função na penitenciária.

Atualmente, em Minas Gerais, 11.300 presos trabalham enquanto cumprem pena. A secretaria informou ainda que, conforme a Justiça, a cada três dias trabalhados, o detento tem um dia retirado da pena. Conforme a Seds, no caso do goleiro, a medida vale para a condenação pelo processo no Rio de Janeiro, e não para Minas, já que ainda não houve condenação. Em fevereiro deste ano, Bruno conseguiu autorização para treinar futebol na Nelson Hungria, fazendo atividades desportivas, dinâmicas com bola com outros reclusos e práticas físicas.

Relembre o caso

De acordo com o inquérito, Eliza e a criança, suposto filho do goleiro, foram sequestrados por Luiz Henrique Romão e Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, no Rio de Janeiro, e trazidos para o sítio do atleta, em Esmeraldas, na Grande BH, em 4 de junho. A vítima teria sido mantida em cárcere privado até o dia 10, quando teria sido morta em outro local. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é apontado como o executor. A criança foi entregue à ex-mulher, Dayanne de Souza.

Bruno, Macarrão e Sérgio respondem por sequestro e cárcere privado (pena de 1 a 3 anos), homicídio qualificado ( 12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (1 a 3 anos). Bola é acusado de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Em liberdade, Fernanda Gomes de Castro responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do bebê. Dayanne, Wemerson Marques de Souza e o caseiro do sítio, Elenilson Vitor da Silva, são acusados de sequestro e cárcere privado do menor.