HOJE ELE FARIA 64 ANOS
hoje ele faria 64 anos. Se você está lendo esse texto agora,
é por sua causa. Há o que existe antes do que ele produziu e depois do que ele
produziu. Suas criações impactaram o mundo tanto quanto a invenção do avião, da
prensa gráfica e da lâmpada.
Sob seu comando, um grupo de pessoas criaram produtos que
geraram um crescimento econômico poucas vezes visto na história, alavancando
uma mudança cultural na sociedade e dando início a chamada Terceira Revolução.
Tudo isso sem derramar uma gota de sangue e sem mudar uma fronteira geográfica.
Seus produtos (ou as cópias deles) são usados como
plataforma para dar voz para quem nunca teve. Do produtor rural no agreste
baiano, ao vendedor num mercadinho chinês, o resultado de sua visão está
presente em todos os cantos do mundo. Um desses produtos é o mais vendido da
história da humanidade em unidades absolutas.
Ele é visto como um estrela pop, embora nunca tenha composto
uma canção. Suas apresentações eram dignas de um grande ator, embora nunca
tenha estrelado um filme. Para alguns, ele era um artista, embora nunca tenha
pintado uma tela. Nunca um empresário foi tão idolatrado, comentado,
perseguido, odiado, copiado, polemizado e estudado.
Steven Paul Jobs, ou Steve Jobs, nasceu na hora certa e no
lugar certo. Filho de pais adotivos, no começo da vida era o que chamavam na
época de hippie: mal frequentou a faculdade, andava descalço pelo campus, usava
drogas alucinógenas, passou um ano num retiro na Índia atrás de iluminação
espiritual e se alimentava numa dieta exclusiva de maçãs. Um verdadeiro
fracassado.
Mas ele enxergou algo que ninguém mais enxergou — e fez isso
repetidas vezes ao longo de sua história. Fez tanto que acabou criando, talvez
até sem querer, o maior império que não corresponde a um estado-nação. Ele teve
uma visão simples, mas que mudou completamente o curso da história da
humanidade: a visão de que a tecnologia não deveria ser difícil de usar,
deveria ser simples e intuitiva. Deveria fazer parte da vida cotidiana de todas
pessoas.
Para que essa visão se tornasse realidade, era necessário se
livrar das amarras das linhas de código. Era necessário criar uma coisa chamada
“interface gráfica de usuário” – ou traduzindo para termos leigos: um mouse e
uma tela, com janelas, arquivos, pastas, menus e lixeira.
Com essas ferramentas, ele criou e popularizou um conceito
chamado de “computador pessoal”, que permitiu a expansão da internet, acelerou
a globalização e serviu como base para a criação de empresas como Amazon,
Google, Microsoft, Oracle, entre outras centenas de milhares.
Décadas mais tarde, ele deu luz ao iPhone, colocando a
internet no bolso de bilhões de pessoas no mundo e iniciando outra revolução,
permitindo a criação e expansão de empresas como Facebook, Instagram, Twitter,
Uber, WhatsApp, entre outras centenas de milhares, e mudando pra sempre a forma
como software é distribuído.
Sob seu comando, a Apple foi a primeira empresa de
tecnologia do mundo a planejar a evolução de seus produtos por anos ou décadas,
um feito tão notável que tornou a companhia o maior sucesso da história do
capitalismo até hoje, em quase todos os ângulos observáveis.
Sem ele a Apple não existiria; e sem a Apple o mundo seria
um lugar muito diferente.
Que falta você nos faz…