BOLSONARO, APOSENTADO AOS 33 ANOS, QUER NOS OBRIGAR A TRABALHAR ATÉ OS 65
Sempre vale lembrar que as eleições de 2018 foram desviadas
de cabo a rabo pelo judiciário, começando pela prisão arbitrária de Lula e
posterior veto à sua candidatura. Controlaram o resultado dessas eleições,
beneficiando Bolsonaro, que não abriu o bico sobre as reais intenções dessa
parceria: aprovar a Reforma da Previdência para os capitalistas e os patrões
aprofundarem a exploração e ganharem com isso.
Anunciada a proposta no dia 20 desta semana, Bolsonaro já
começa a escutar o rebuliço no seu próprio eleitorado. O ex-capitão, aposentado
compulsoriamente por mal comportamento aos 33 anos de idade (15 anos de contribuição), é um exemplo de
como seu discurso de “combate aos privilégios”, é mais uma de suas Fake News
espalhadas no Whatsapp.
A idade mínima que Bolsonaro está querendo impor a todos os
trabalhadores é de 65 anos aos homens e 62 às mulheres. Não bastasse isso, na
proposta agora terá um mecanismo que permitirá futuros governos ajustarem
automaticamente essa idade, com base em dados que especulam sobre o tempo de
“sobrevida” dos aposentados, sem lei.
Mas os militares seguirão com as aposentadorias intocadas, e
Bolsonaro seguirá gozando da sua aposentadoria de R$ 9.135 mensais, 63% acima
do teto do INSS. A proposta de dar direito aos patrões demitirem sem multa e
sem FGTS aposentados que precisem continuar trabalhando não vai tocar essa
“mamata”, conquistada após ter sido afastado do Exército por “mal
comportamento”.
Essa é a cara do patético ex-militar ultrarreacionário,
especialista no fisiologismo do baixo escalão, de loteamento de cargos, vide o
caso Queiroz. São quase uma dezena de ataques combinados nessa Reforma da
Previdência, que já mostrou enorme rebuliço nos espaços de trabalho. Sinal de
que Bolsonaro pode ter problemas em convencer seu eleitorado dessa proposta, o
que mostra que o “equilíbrio” com a sua lua de mel poderá ter seu fim. O papel
de cada trabalhador é muito importante nisso, pois se não conseguirmos a mais
ampla aliança entre trabalhadores, junto às mulheres, negros, LGBTs, Indígenas,
confluindo ações iniciadas em cada local de estudo, Bolsonaro terá a sua paz
necessária para passar este ataque.
O sindicato não pode mandar os funcionários ficarem em casa
nesse contexto, como a CUT fez com as 3600 famílias demitidas pela Ford em São
Bernardo. É preciso exigir que a CUT se levante da mesa, saia dos gabinetes de
negociação com o governo de extrema direita e organize a mobilização contra o
fechamento e em defesa do emprego. A CUT e a CTB precisam, assim como as demais
centrais sindicais, construir um plano de lutas que unifique os trabalhadores
contra a reforma da previdência, as demissões e os ataques em curso.