CARLA ZAMBELLI AGORA AFINA PARA ALEXANDRE DE MORAES E DETONA BOLSONARO


A deputada federal Carla Zambelli está com medo. Isolado em seu partido e no campo da extrema-direita, no qual sempre foi uma das maiores atuantes, ela resolveu moderar o discurso para não se complicar ainda mais.

Em entrevista à Folha publicada nesta quinta-feira (23), além de fazer duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, segundo ela, deveria estar no Brasil liderando a oposição, ela também procurou Alexandre de Moraes, juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que estava “à disposição para conversar”.

Sobre o pedido de impeachment de Moraes, que até então era uma das pautas do bolsonarismo, ela afirma agora que é contra. “Bolsonaro não ganhando, a gente tem que virar a chave. Qualquer impeachment no STF, o substituto vai ser indicado por Lula. Pode entrar uma pessoa que faça as maldades do Alexandre de Moraes parecerem uma criança chupando picolé”, afirmou.
Procurou Moraes

Ela disse ainda que procurou Moraes para conversar: “liguei e mandei um email. Alguns dias depois, minha rede foi devolvida, pode ter sido um gesto. Estou à disposição dele para conversar. Porque ele vai ser um alvo do PT daqui a pouco. O PT não vai se contentar em indicar somente os dois ministros que vão se aposentar”, comenta.

Críticas a Bolsonao

Zambelli afirma também discordar da maneira como Bolsonaro levou aquele tempo todo [para falar após a eleição] e o silêncio que teve. “Ele tinha que organizar a oposição, orientar a gente, ele tinha 28 anos de Câmara. Tínhamos que mostrar nosso descontentamento até para incentivá-lo a ser a voz da oposição”, ressaltou.

Ela discorda que Bolsonaro esteja foragido nos Estados Unidos, mas, ao mesmo tempo, acha que ele corre o risco de ser preso se voltar ao Brasil. “Não acho que seja fugir. Passar um tempo fora para pensar no que vai fazer é legítimo. Mas concordo que ele deveria estar aqui para liderar a oposição. A gente teria mais condições, capacidade e força”, completou.

Perguntada se tem medo de ser presa, a deputada desconversa: “medo não é a palavra, mas expectativa, sim. Não como uma boa expectativa. Várias vezes fui dormir pensando que ia ter que acordar às 6h com a Polícia Federal na minha porta”, encerra.

Veja a entrevista completa na Folha