INADIMPLÊNCIA DE CONSUMIDORES DEVE SEGUIR EM ALTA, MAS BANCOS NÃO VEEM CRISE DE CRÉDITO


Números preliminares da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) apontaram que a carteira de crédito do sistema bancário deve cair 0,8% em janeiro, interrompendo uma sequência de 11 meses de crescimento. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo.

A expectativa do setor é que a inadimplência da carteira de crédito livre, que exclui empréstimos imobiliários, crédito rural e do BNDES (banco estatal de desenvolvimento), aumente de atuais 4,2% para 4,7%. Números da Serasa mostraram que o número de pessoas inadimplentes aumentou de 62 milhões  em 2021 para os atuais 70 milhões de consumidores. No caso das empresas, foi de 5,8 milhões para 6,4 milhões.

Mas, de acordo com Luiz Rabi, economista-chefe da Serasa Experian, é pouco provável que o Brasil tenha uma crise de crédito. "A inadimplência cresceu muito, principalmente por fatores conjunturais, como a inflação, que destruiu o poder de compra de milhões de brasileiros, e estamos convivendo com juros altos, mas a gente sempre conviveu com uma inadimplência razoavelmente elevada", disse.

"São indicadores que ainda não refletem uma eventual crise de crédito. Esses pedidos de recuperação judicial de empresas do varejo são mais um problema do setor do que um problema sistêmico. Isso se juntou a um ambiente econômico não muito favorável, mas a questão macroeconômica é muito mais um coadjuvante do que o ator principal", acrescentou.