FAMÍLIA FICOU 8 DIAS REFÉM DE FUGITIVOS DE MOSSORÓ E GASTOU R$ 500 EM COMIDA


A descoberta do esconderijo dos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró desencadeou um relato assustador do mecânico Ronaildo da Silva Fernandes, 38 anos, que afirma ter sido feito refém juntamente com sua família. A polícia, após rastrear um indivíduo encarregado de fornecer comida aos foragidos, identificou o local próximo à divisa entre o Rio Grande do Norte e o Ceará.

Fernandes, em entrevista à Folha na tarde deste domingo (25), afirmou que sua família foi mantida refém durante quase oito dias. Ele relatou ter sido coagido a colaborar com os fugitivos, sob ameaças de violência. “Gastei na faixa de R$ 400 e pouco, R$ 500, por aí”, disse o mecânico sobre os valores investidos em alimentos para os criminosos.

Segundo o relato de Fernandes à polícia, a família foi rendida durante a madrugada, enquanto dormiam. As autoridades estão investigando se ele era realmente uma vítima na situação, diante das circunstâncias do ocorrido.

As buscas pelos fugitivos foram intensificadas após as novas informações. Um cerco na divisa entre os estados foi montado na sexta-feira (23), resultando na detenção de três suspeitos de auxiliar na fuga dos detentos. Além disso, um carro foi apreendido pelas autoridades.

A investigação também trabalha com a hipótese de que a dupla de fugitivos tenha recebido ajuda externa para sua fuga. Os suspeitos, identificados como Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, o Deisinho, são ligados à facção Comando Vermelho.

Abalado com a experiência, família pretende abandonar a propriedade onde ocorreu o sequestro. “Eu passei dias sem dormir, estava tomando remédio para dormir e não conseguia”, desabafou o mecânico.

A polícia continua com as investigações para capturar os fugitivos e identificar outros envolvidos no caso.