BOLSONARO INDICA NOMES PARA CADE E ATENDE A SENADORES

O presidente Jair Bolsonaro cedeu a pressões de senadores e indicou nesta sexta-feira, 23, cinco novos nomes para integrar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o Estadão/Broadcast apurou, pelo menos dois deles foram negociados diretamente com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) – os dos advogados Luiz Augusto Hoffmann e Lenisa Rodrigues Prado, esta última indicada para ocupar o cargo de procuradora-geral do órgão que cuida da concorrência entre empresas no País.
Além deles, Bolsonaro indicou para o conselho o também advogado Sérgio Costa Ravagnani e o economista Luiz Henrique Bertolino Braido. O atual superintendente-geral do órgão, Alexandre Cordeiro, foi reconduzido ao cargo. Todos os indicados passarão por sabatina em comissão do Senado e precisam ter seus nomes aprovados pelo plenário da Casa.
A indicação de Cordeiro foi defendida por senadores, mas, desde o início do ano, ele tem se aproximado da equipe econômica por causa de negociações de acordos com a Petrobrás. Ainda há uma vaga no conselho, que também deverá ser preenchida por indicação do Senado.
A decisão de seguir os pedidos apresentados pelos senadores vem em um momento em que os parlamentares devem avaliar a possível indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o “filho 03” do presidente, para ser embaixador do País nos Estados Unidos.
No início do mês, num primeiro movimento, Bolsonaro retirou dois nomes que haviam sido apresentados por ele em maio e não teriam agradado aos senadores – eles haviam sido escolhidos pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Justiça, Sérgio Moro. Alcolumbre demonstrou resistência aos conselheiros escolhidos pelo presidente e “segurou” a tramitação até que o Planalto recuasse.
Parlamentares avaliaram que o presidente do Senado atendeu a demandas de aliados próximos nas escolhas para o Cade. Questionado na quarta-feira passada sobre se uma indicação para o órgão sairia do Senado, Alcolumbre foi irônico: “Daqui? Agora me deu medo”.
Nesta sexta-feira, em nota, Alcolumbre afirmou que as indicações ao Cade ou a qualquer outra agência reguladora “são prerrogativa exclusiva do Executivo”. “Todos os nomes indicados serão devidamente sabatinados no Senado, onde os indicados poderão provar suas capacidades.”

Agência Brasil