DIRETOR DE BACURAU NÃO ACREDITA QUE POLÍTICA POSSA PREJUDICAR O FILME

Alerta de spoiler: vai ser difícil, se prepare. Vai ter sanfona, locutor falando (“atenção Vitor Jucá, comparecer ao palco”); som de cadeira, sanfona de novo, locutor de novo (“1, 2, 3, som”) e no final, na parte mais importante, vai ter uma banda de forró completa “para esquentar a noite fria”.

É uma entrevista com Juliano Dornelles, que assina junto com Kleber Mendonça, a direção do filme Bacurau. Mas bem que poderia se chamar “O som ao redor”. No final, com boa vontade e alguns cortes, deu pra salvar.

A conversa aconteceu após a exibição pública do filme na comunidade de Barra, a 24 quilômetros de Parelhas, município potiguar que fica a cerca de 250 quilômetros da capital, Natal. O povoado foi o local escolhido pelos diretores para “viver” Bacurau, a cidade do filme.

Nas entrevista ele explica melhor como foi o processo de escolha geográfica do lugar. “E aí depois que a gente conheceu as pessoas, a vontade de filmar aqui foi maior ainda”. E também explica a razão de, como um Bacurau, retornar ao berço do filme…

“Eu acho que é um filme sobre natureza humana”


Ainda na entrevista, Juliano Dornelles também fala do filme; comenta o porquê das coincidências com a atual realidade brasileira; e explica ainda a razão de não temer que Bacurau seja prejudicado numa possível indicação ao Oscar por questões políticas.

Em 2016, Aquarius – dirigido por Kleber Mendonça e com direção de arte de Juliano Dornelles – não foi indicado pelo governo brasileiro para disputar o Oscar 2017, apesar de ser considerado franco favorito.

Tudo teria começado em Cannes, quando a equipe fez um protesto denunciando o golpe político promovido contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que resultou no impeachment. Agora, a situação é mais favorável a que isso não aconteça novamente.

Aviso importante: contém spoiler do filme Bacurau.

Se você é uma pessoa sensível a isso, não assista o vídeo a seguir… Ou pule de 1’35” até 1’50”. E tudo ficará em paz…