MATERNIDADE JANUÁRIO CICCO FAZ MUTIRÃO CONTRA O CÂNCER


O Outubro Rosa ganha mais uma importante ação no Rio Grande do Norte com o mutirão de prevenção e diagnóstico do câncer de mama realizado pela Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC/UFRN/Ebserh). A iniciativa, promovida nesta terça-feira (15), faz parte das atividades de conscientização promovidas anualmente pela instituição, que se dedica ao atendimento à saúde da mulher, mas que, neste mês, fortalece ainda mais o combate ao câncer de mama, uma das doenças que mais atinge mulheres no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença é responsável por cerca de 28% dos casos novos de câncer em mulheres.


Durante todo o ano, a maternidade realiza exames preventivos, como a mamografia, com uma média mensal de 300 a 350 exames previamente agendados. Para o mutirão, foram disponibilizadas 50 vagas para mamografias e 200 atendimentos ambulatoriais, oferecendo uma oportunidade de diagnóstico precoce às mulheres sem necessidade de um encaminhamento prévio. Para Samuel Aquino, chefe da unidade de diagnóstico por imagem, a iniciativa auxilia principalmente quem reside em regiões mais distantes.

“A gente atende 20 pacientes por dia e essas vagas ficam preenchidas o ano todo. Este mutirão veio para ampliar o alcance, gerando 200 vagas ambulatoriais para quem passa por consulta e, se necessário, a realização da mamografia. Estamos atendendo não só a população de Natal, mas também municípios distantes como Equador”, explica. A principal faixa etária aceita para participação no mutirão é de mulheres a partir dos 40 anos, idade em que existe o maior quantitativo de diagnósticos.

Dentro da busca de um tratamento eficiente, a conscientização sobre o diagnóstico precoce é o principal foco desta campanha, abordando a importância de manter os exames em dia. Para Uiâne Azevedo, médica ginecologista especialista em imagem de mama, é preciso deixar de ter medo de buscar informações sobre a doença e o Outubro Rosa é o marco dessa conscientização. “O Outubro Rosa é a campanha de maior valor que temos durante o ano, porque as mulheres realmente se lembram de fazer seus exames de mama. Através desses exames, conseguimos dar o diagnóstico precoce e aumentar as chances de cura”, afirma.

Antes mesmo de chegar ao consultório médico, a primeira medida de cuidado deve ser realizada pela mulher através do autoexame com o toque mensalmente. “A mulher precisa se conhecer. O autoexame é o primeiro passo, e se ela perceber alguma alteração, como nódulos, retração do mamilo ou vermelhidão, deve procurar seu médico”, orienta Uiâne.

Uma informação relevante destacada pela médica é o aumento dos casos de câncer de mama em mulheres abaixo dos 40 anos, uma questão que ainda está sendo estudada para explicar quais as justificativas deste crescimento constatado nos consultórios. “Temos visto um aumento dos casos em mulheres mais jovens, e por isso é fundamental que o exame de mamografia não tenha uma data limite, especialmente para aquelas com histórico familiar”, completou.

Ana Catarina, 54, foi uma das mulheres atendidas durante o mutirão. Ela, que sempre priorizou o trabalho e não costumava cuidar da própria saúde, conta que foi incentivada pela filha para comparecer ao mutirão. “Minha filha insistiu muito, e aqui estou, fiz a consulta e agora vou fazer a mamografia. Acho a iniciativa maravilhosa porque vemos muitas mulheres suscetíveis ao câncer de mama e do colo do útero. É um alerta para nos cuidarmos”, relata.

As atividades envolvidas no mutirão iniciam em ações educativas de conscientização, sensibilização e informação em saúde sobre as principais estratégias de identificação do câncer de mama, além de orientação às mulheres sobre o autocuidado. Aquelas que foram pré-agendadas receberam o atendimento ambulatorial e, nos casos em que a médica encontrou a necessidade da complementação com exames, elas foram direcionadas para a realização no mesmo dia.

De acordo com Fabiana Freitas, médica radiologista da instituição, em muitos casos é necessário a complementação entre a mamografia e a ultrassonografia. “Pacientes com mamas densas, geralmente mais jovens, podem precisar de um estudo conjunto para detectar lesões que passam despercebidas na mamografia, como nódulos. Já as microcalcificações, que são indicativos de câncer precoce, são melhores visualizadas na mamografia. Então, conciliamos os dois métodos para aumentar a precisão do diagnóstico”, explica.

Considerando que o tempo é crucial no sucesso do tratamento do câncer, Fabiana destaca que a equipe da MEJC tem se esforçado para garantir que os resultados dos exames saiam no menor tempo possível, principalmente em casos mais urgentes. Caso a paciente não possua algum profissional que já a acompanha, a instituição também realiza o direcionamento a um especialista, para que seja possível o atendimento completo.