MACAU: TRANSMISSÃO DAS SESSÕES VAI CUSTAR MAIS DE R$ 130 MIL AOS COFRES DA CÂMARA
O valor chamou a atenção de munícipes e analistas por ser considerado desproporcional para o serviço em questão, especialmente considerando os recursos tecnológicos disponíveis atualmente que permitem transmissões de qualidade a custos significativamente menores. Em tempos de plataformas como YouTube, Facebook e outras soluções de streaming acessíveis, o gasto estimado levanta suspeitas de favorecimento e desperdício de dinheiro público.
Segundo a própria gestão da Câmara, a proposta apresentada pela E.R. DA SILVA DANTAS foi considerada “satisfatória”. No entanto, a falta de transparência nos critérios técnicos da licitação e a ausência de ampla concorrência alimentam a desconfiança sobre a lisura do processo.
A reportagem não encontrou informações detalhadas sobre a expertise ou portfólio da empresa contratada na área de cobertura e transmissão de eventos públicos. O nome também não é reconhecido entre prestadores tradicionais desse tipo de serviço, o que aprofunda questionamentos quanto à capacidade técnica da vencedora e a justificativa para o valor pago.
Além disso, o montante contratado se aproxima da realidade de produções televisivas de porte médio, algo completamente fora do escopo de sessões legislativas municipais, que geralmente envolvem câmeras fixas, captação simples de áudio e sinal transmitido via redes sociais.
O principal termômetro de fiscalização do erário público são as redes sociais e obviamente imediatamente se manifestaram cobrando esclarecimentos formais da presidenta da Câmara. “Precisamos entender por que esse valor foi aprovado e se houve de fato concorrência real. A população tem o direito de saber como o dinheiro está sendo gasto”, disse um representante de uma entidade que não quis se identificar.
Diante da repercussão negativa, vereadores da oposição devem apresentar requerimento solicitando cópia integral do processo de contratação, incluindo parecer técnico, orçamentos apresentados por outras empresas, e detalhes sobre a execução do serviço.
Se confirmadas irregularidades ou exageros no custo, o caso pode vir a ser alvo de auditorias do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN) e até de ações do Ministério Público, por possível dano ao erário e prática de favorecimento indevido.
Enquanto isso, a população de Macau segue assistindo — com perplexidade — aos capítulos daquilo que seria uma simples transmissão legislativa, mas que agora pode se transformar em mais um episódio de escândalo com dinheiro público.

Fonte: Diário Oficial das Câmaras