DATAFOLHA: REJEIÇÃO A BOLSONARO VAI A 40% EM MEIO A AUMENTO DE CASOS DE COVID-19
A rejeição ao governo do presidente Jair Bolsonaro cresceu no último mês e chegou a 40%, segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta sexta-feira (22). De acordo com o levantamento, quatro em cada dez brasileiros considera a gestão do mandatário como ruim ou péssima. Em dezembro, o percentual era de 32%.
A avaliação positiva (ótimo ou bom), por outro lado, caiu de 37%, em dezembro, para 31% nesta sexta-feira. Ainda segundo o Datafolha, o percentual de pessoas que consideram o governo regular oscilou de 29% para 26%. O instituto entrevistou, por telefone, 2.030 pessoas em todo o país entre os dias 20 e 21 de janeiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Essa é a primeira pesquisa do instituto de opinião divulgada após o início da vacinação contra a Covid-19, cuja largada foi dada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no último domingo (17), no que foi considerada uma derrota política para Bolsonaro. Além disso, no último mês a crise causada pela pandemia ficou ainda mais grave.
O número de casos da doença aumentou em todo o país, o que tem levado governadores a intensificar medidas de restrição de circulação e funcionamento do comércio. Houve, ainda, a crise provocada pela falta de oxigênio em Manaus. Por fim, o auxílio emergencial, pago a famílias de baixa renda, deixou de ser distribuído no fim de janeiro.
O benefício começou a ser pago em abril do ano passado, quando os institutos de pesquisa ainda registravam aumento na reprovação ao governo. Segundo o Datafolha, a taxa de péssimo ou ruim chegou a 44% em junho de 2020. Depois disso, porém, a reprovação caiu e o índice de ótimo e bom subiu até os 37% registrados em dezembro - o maior índice de aprovação do presidente registrado pelo Datafolha.
O Datafolha também registra que a rejeição a Bolsonaro é maior entre aqueles que têm muito medo de pegar a Covid-19. Neste grupo, a taxa de ruim ou péssimo foi 41%, em dezembro, para 51% nesta sexta-feira. Entre quem tem pouco medo de infectar-se, a rejeição subiu de 30% para 37%. Já entre aqueles que declaram não ter medo da doença, 21% desaprovam o presidente e 55% o aprovam.
Impeachment
Apesar do crescimento da reprovação do presidente da República, a maior parte dos entrevistados pelo Datafolha é contra o impeachment de Bolsonaro. Para 53%, a Câmara dos Deputados não deveria abrir um processo por crime de responsabilidade contra o presidente. Em dezembro, este número era de 50%.
Os defensores do impeachment, que eram 46% em dezembro, agora são 42%. Outros 4% dos entrevistados não responderam a essa pergunta ou disseram que não sabem.
Entre os entrevistados que se opõem ao impeachment do presidente a maioria mora no Centro-Oeste (60%) e no Sul (58%), é formada por homens (62%), com idade entre 35 e 44 anos (59%) e evangélico (64%). A Câmara dos Deputados já recebeu 61 pedidos de abertura de processo de impeachment contra Bolsonaro. Até agora, no entanto, não foi dado andamento a nenhum - a decisão cabe ao presidente da casa.